Quando ainda era só um garoto assistindo pela TV as grandes competições nas quais um dia brilharia, Bruno Fratus torcia por Fernando Scherer, o Xuxa, contra Gustavo Borges. "Ainda que ninguém falasse nada, eu sabia que o Gustavo era o bom moço e, o Xuxa, o bad boy. E eu era louco pelo careca, achava ele muito legal."
Para entender o nadador que há dez anos seguidos termina a temporada entre os dez mais rápidos do mundo, é preciso entender seus ídolos. "Eu sempre torci para o anti-herói. Nunca torci para o Super Homem, sempre torci para o Batman, que é o cara que nasceu sem superpoder e foi construído."
Fratus parece de fato um personagem de uma história em quadrinhos na qual a moralidade ambígua é parte intrínseca ao herói, um ser humano com qualidades excepcionais e defeitos comuns. É o primeiro a mandar WhatsApp para um garoto que fez um bom resultado numa competição juvenil, mas diz, "brincando", que ainda não apareceu "nenhum macho" para tirá-lo dos Jogos de Tóquio, ano que vem, ou mesmo de Paris, em 2024. O primeiro lugar da seletiva será dele, e os outros que briguem por uma segunda vaga.
Nessa entrevista, Bruno se apresenta. Conta que se arrepende de nunca ter somado forças com Cesar Cielo, explica a decisão de ter a esposa como treinadora e revela que ainda não chegou ao seu objetivo: "O infinito, além, o estrelato".