Há bem pouco tempo, eles jamais tinham ouvido falar de Taiwan, uma ilha de 24 milhões de habitantes entre a China e as Filipinas. Através do projeto social "Filhos de Buda", do templo Zu Lai, em São Paulo, um punhado de garotos brasileiros teve a chance de estudar do outro lado do mundo, aprender dois idiomas diferentes e começar uma carreira no futebol.
Para sorte deles, foram parar em um dos países mais seguros para se estar neste momento. Mesmo localizado a apenas 118 km da China continental, Taiwan agiu rápido, usou o aprendizado de outras epidemias e tomou medidas efetivas que o levaram a ser um dos países com melhor controle sobre o novo coronavírus no planeta, segundo autoridades sanitárias mundiais. Foram até hoje 429 casos e apenas seis mortes, a menor taxa de casos por milhão de habitante do mundo, de acordo com um estudo da universidade de Oxford, na Inglaterra.
A disciplina da população e a organização do governo permitiram ao país não interromper aulas, não isolar seus cidadãos em casa e nem alterar a rotina de trabalhadores. Até jogos de futebol (e de outros esportes) foram mantidos, seguindo recomendações para minimizar as chances de contágio entre os jogadores.
"É um privilégio jogar futebol enquanto todos os campeonatos europeus e sul-americanos estão parados", afirmou o meio-campista Vitor Alves, do Tainan Steel. "Um privilégio maior ainda jogar e se sentir seguro."
Antes de vir pra cá eu nem conhecia Taiwan, nem sabia que esse país existia. Agora estou aqui, realizei meu sonho e estou seguro enquanto o mundo inteiro está sofrendo por conta desse vírus. Chega a ser engraçado."
Vitor Alves, meia do Tainan Steel