O capítulo em que Caio Sena Bonfim conquista uma medalha de prata na marcha atlética nos Jogos Olímpicos, escrito na manhã desta quinta-feira (1) em Paris, está no meio da história dos Sena Bonfim.
O começo aconteceu em Sobradinho, onde João Sena iniciou a carreira de professor de educação física. "Onde eu for professor, vai ter atletismo", disse no começo dos anos 1980. Casou-se com uma das muitas atletas que revelou, Gianetti Sena, e a ajudou a obter o índice olímpico.
Quando ela encerrou a carreira, Caio, o filho deles, chegava à sua primeira Olimpíada. Foram quatro tentativas até a tão sonhada medalha olímpica, de prata. Nunca um atleta brasileiro chegou lá depois de tantas tentativas frustradas. Resiliência.
Mas ainda há muitos outros capítulos a serem escritos. Caio derrubou o preconceito contra o esporte no Brasil e, nesta quinta, deu um passo importante para o país conquistar respeito dentro da comunidade da marcha, única prova do atletismo decidida por árbitros.
"A gente só não ganha medalha se os árbitros não deixarem", disse Gianetti antes da Olimpíada. Hoje, nem se eles quisessem evitar. Foi o quinto pódio do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris.