Dez anos depois, Bruninho olhou de novo para as imagens do pódio dos Jogos Olímpicos de Londres e sentiu orgulho.
Um sentimento que contrasta com as imagens da época. Enquanto atravessava a quadra até chegar ao palco máximo do esporte, o levantador chorava lágrimas que só cessaram no abraço quente de Giba. Ao receber a prata, até a beijou, cabisbaixo, com um amor envergonhado. A maioria dos outros vice-campeões olímpicos, nem isso. O clima era de velório.
A mudança de sentimento é mérito do tempo e do amadurecimento do mais importante (e vitorioso) jogador do vôlei masculino do Brasil na última década. Campeão de tudo, Bruninho coleciona títulos porque, no caminho, teve derrotas. Algumas que ainda doem, como o quarto lugar de Tóquio. Outras, cicatrizadas e ressignificadas, como a prata de 2012.
O garoto que chegou à seleção como "filho do Bernardinho", e que por anos precisou mostrar que estava entre os melhores por mérito, não por sobrenome, hoje é reconhecido mundialmente como um dos craques de todos os tempos. Se não tem a "manualidade" de Maurício ou a "genialidade" de Ricardinho, em suas próprias palavras, aprendeu a reconhecer suas qualidades e defeitos para ser, dos três grandes levantadores da nossa história, o mais completo.
Nesta entrevista ao UOL, concedida desde Modena (Itália), sua segunda casa, antes do início da atual edição da VNL, Bruninho falou de imperfeição. De vitórias e derrotas. De traumas e alívios. Do passado e do futuro.