Estrangeiros ao sol e à sombra
O ano de 2019 no futebol foi marcado pela ascensão de treinadores estrangeiros no Brasil. Jorge Jesus, responsável por levar o Flamengo para o Mundial de Clubes, trouxe uma nova maneira tática de jogo; Jorge Sampaoli, à época à frente do Santos, fez o time conquistar o vice-campeonato brasileiro.
E assim se manteve em 2020: quatro dos cinco líderes do Brasileirão são ou foram comandados por treinadores estrangeiros até o começo da segunda fase do campeonato. Lá embaixo, os resultados dos gringos não são tão diferentes: à frente do Vasco há um mês, Ricardo Sá Pinto liderou a quebra do jejum de nove jogos sem vencer no campeonato.
O Flamengo chegou ao terceiro jogo consecutivo sem vitória. Sob o comando de Rogério Ceni desde a semana passada (dois jogos), o esquema tático do time tenta se livrar da faceta de Domènec Torrent. O espanhol foi demitido na segunda-feira (9), após não conseguir implantar com rapidez o seu modelo de jogo. Agora, Ceni promete esquema tático que se assemelha ao de Jesus —como mostrado nesta reportagem pelo UOL Esporte.
No Palmeiras, o português Abel Ferreira —conhecido pelo investimento em crias da base— tem 100% de aproveitamento no Brasileirão até o momento: esteve sob o comando do time nos quatro últimos jogos —todos vitoriosos. O futebol de Abel é direto, com ataques vindos de cruzamentos. Tem funcionado: o Verdão luta por uma vaguinha no G-4 —depois da 21ª rodada, se finca na quinta posição.
Coudet deixou o Internacional, hoje em segundo na tabela, para acertar com o Celta de Vigo, da Espanha. Ainda assim, a herança ofensiva do treinador mantém o Inter entre os times que mais atacam. O entra e sai de estrangeiros nos clubes brasileiros muda o estilo de jogo dos principais times do país —e a manutenção do único deles, Jorge Sampaoli no Atlético-MG, apresenta resultados inquestionáveis: time mineiro é líder do campeonato.
Um intruso nessa lista acaba sendo Fernando Diniz, que comandou o São Paulo em mais uma vitória, contra o Fortaleza. O treinador está há mais de um ano no cargo, sendo o mais longevo na posição durante a chamada era Leco (últimos cinco anos).