Quando os ídolos apareciam na televisão, era com declarações fortes e sinceras. Personalidades marcantes eram a regra no fim dos anos 80 e início dos 90, quando o nosso personagem crescia. E essas talvez sejam justamente as características que o jovem Carlos Alberto mais guardou. Sincero, fala o que vem na cabeça sem ponderar o que foi dito vai ser aprovado. "Mas e o julgamento das pessoas?". Nada tira o sono do agora comentarista do Fox Sports.
Mais que isso. Carlos Alberto parece ter ojeriza ao comportamento 'café com leite' adotado por quase todos os jogadores de futebol da atualidade. Treinados desde cedo pelos assessores de imprensa, eles fogem de polêmica e perdem a oportunidade de mostrar quem realmente são.
E isso é uma das prioridades de Carlos Alberto. Ame ou odeie, o ex-jogador sempre fez questão de deixar tudo claro. As perguntas mais difíceis de serem feitas por um repórter em uma entrevista são encaradas com a habilidade que mostrava ainda dentro de campo. Ele tem uma capacidade de transformar crítica em algo positivo.
"Para tu ver como eu era pica. Eu bebia, fumava e fazia outras coisinhas mais e chegava no campo e corria. Hoje em dia, os caras não fazem porra nenhuma e não têm sangue pra correr", disse em entrevista especial ao UOL Esporte.
Carlos Alberto sabe exatamente o que suas palavras podem causar. Ódio de alguns boleiros? Provavelmente. Mas isso não importa. Há uma legião de seguidores que estão ali justamente para ouvir esse tipo de opinião. Julgado nos tempos de atleta. Julgado novamente com o microfone ligado.
Eu só vou parar de ser julgado quando eu morrer. Aí, eu acho que vão ter mais homenagens pra mim, porque em vida ninguém faz. Quando o cara morre, começa homenagem pra lá, pra cá. Eu sou feliz, cara. O importante é isso".