Nove anos depois de viver um dos piores dias de sua vida, uma mulher finalmente encontrou algum conforto em uma das salas do Palácio da Justiça, onde funciona a Corte de Cassação, em Roma, a última instância do sistema judiciário da Itália. Sua identidade ela optou por manter em anonimato e, por isso, aqui a chamaremos apenas de A.
Naquele dia, 21 de janeiro de 2013, A. saiu de casa para comemorar seu aniversário de 23 anos com um grupo de amigas em uma boate em Milão. Lá ela encontrou Robinho, o jogador brasileiro que ela havia conhecido dois anos antes, em outro lugar. O que era pra ser uma festa virou uma cena de terror quando A. se viu cercada por seis brasileiros no camarote do músico da noite (também brasileiro), incapaz de resistir aos avanços do grupo.
Um dia depois, mesmo temendo confrontar um dos jogadores mais conhecidos do mundo e seus amigos, ela foi atrás de justiça. Nove anos depois, ela conseguiu. Pelo menos uma parte. Robinho e o amigo Ricardo Falco, que a estupraram naquela boate de Milão em 2013, foram condenados em definitivo a nove anos de prisão.
A. assistiu ao último julgamento com os olhos marejados, em silêncio, assim como esteve durante todos esses anos, exceto quando foi fazer sua denúncia à polícia e ao Ministério Público. A seguir, o UOL mostra o caminho percorrido pela mulher que desafiou as estatísticas e conseguiu colocar seu agressor no rol de condenados.