"Surfo desde os dois aninhos, quando meu pai me empurrou numa onda, em cima de uma prancha, pela primeira vez. Quero ser surfista de ondas grandes, é meu sonho, mas é claro que pretendo me formar também. Nunca se sabe, né? Para isso, eu treino quatro vezes por semana, sábado, domingo, terça e quinta. Só que agora dei uma pausa nos treinos de fim de semana porque tenho passado esses dias tirando óleo do mar. Essa catástrofe me deixou muito triste.
Vou ao mar vestindo botas, luvas e máscara — não pode ir sem proteção. Concilio a limpeza da praia com os treinos e a escola. Minhas matérias preferidas são ciências, matemática e português. Eu amo esporte. Jogo futsal, faço vôlei. Ando de skate e ando a cavalo.
Já participei de um monte de campeonato: surfei o brasileiro feminino da Abrasp, o brasileiro de surfe júnior e outros muitos locais. E foi há quatro anos, em um dos meus treinos, o de apneia, que ajuda a segurar a respiração debaixo d'água, que começou a história que contei na ONU, em setembro. Fui uma das 15 crianças que palestraram no evento. A única brasileira.