"Treinador brasileiro que não joga no ataque não pode ser levado a sério."
Essa frase podia ser dita hoje, 29 de novembro de 2019, que soaria atual. Ainda mais no momento em que se discute o lugar deste ofensivo Flamengo campeão brasileiro e da Libertadores na história do futebol nacional. Só que a frase é de 1987, e seu autor morreu ontem (28), em Campinas, interior de São Paulo, aos 80 anos.
Otacílio Pires de Camargo, histórico treinador brasileiro mais conhecido pelo apelido Cilinho, foi por muito tempo visto como capaz de revolucionar a maior paixão do povo. E revolucionou, à sua maneira.
Lembrado especialmente pelos dois títulos do Campeonato Paulista pelo São Paulo, quando consagrou uma geração de jovens jogadores lembrada como "Menudos do Morumbi", ele chegou bem perto de comandar a seleção brasileira nos anos 80. O motivo da procura era justamente o fato de ser ofensivo em tempos de seca.
Seu perfeccionismo, porém, causou a desistência do acordo pela CBF. Além de um grande trabalho e de outro que nunca aconteceu, Cilinho acumula a fama de revelador de talentos, passagens por outros grandes do Estado como Santos e Corinthians, a marca de ser o treinador com mais jogos pela Ponte Preta e tantas outras histórias.
Foram quase 50 anos de atividade no futebol, em várias funções. O legado é incalculável.