O dia é 8 de agosto. Às 21h, o CSA enfrenta o Guarani em Alagoas, pela Série B do Campeonato Brasileiro — a partida terminou 1 a 0 para os alagoanos. Cinco dias depois, o CSA anuncia que 20 de seus atletas estão com covid-19. No dia 9 de agosto, na Paraíba, Treze x Imperatriz é adiado pela Série C. O Imperatriz tem 14 jogadores infectados pelo novo coronavírus.
Esses dois jogos, mais o duelo entre Goiás x São Paulo, adiado quando o São Paulo já estava em campo em Goiânia, resumem o primeiro final de semana de bola rolando do Campeonato Brasileiro na pandemia: protocolos de testagem falhos e muitos atletas doentes e em risco.
Com a obrigação do Hospital Albert Einstein de entregar os testes RT-PCR (aqueles coletados pela via nasal, mais preciso para identificar a presença do vírus) feitos em jogadores de todo o Brasil antes das partidas, muitos clubes que precisavam viajar para jogar acabaram fazendo grandes deslocamentos sem saber se havia pessoas infectadas a bordo. Alguns resultados saíram tão tarde que times já estavam em campo quando souberam que o rival não poderia jogar por causa da doença.
Até 12 de agosto, mais de 50 atletas já tinham recebido diagnóstico positivo. O número sobe a cada dia, a cada teste feito. Com o Brasil em segundo lugar no ranking de infectados —com mais de 3,2 milhões de casos confirmados—, o futebol apenas mostra a realidade: a pandemia não está perto de acabar.
A partir de agora, o UOL Esporte conta histórias de clubes da segunda e da terceira divisões nacionais que sofreram na primeira rodada de suas principais competições do ano e, principalmente, como o protocolo da CBF falhou e colocou pessoas em risco. As determinações foram alteradas com os jogos em andamento.