A revolução apressada
Quando a Espanha entrar em campo para enfrentar a Costa Rica, em 23 de novembro, o espectador menos atento ao futebol internacional levará um susto. Quem não acompanhou os espanhóis desde o Mundial da Rússia talvez se pergunte onde estão Piqué, Sergio Ramos, Iniesta, David Silva, Isco ou De Gea.
Os campeões de 2010 chegarão ao Qatar com uma seleção renovada. Mais do que isso, a equipe comandada por Luis Enrique tem os jovens como protagonistas. Pedri (19 anos) e Gavi (18) são titulares do meio-campo, Eric Garcia (21) comanda a defesa, e as últimas convocações tiveram Yeremi Pino (19) e Nico Williams (20) como surpresas.
A ideia do treinador e da comissão técnica era que houvesse um período de transição, e que os jovens fossem pouco a pouco ganhando espaço. Mas as boas atuações pelos clubes e na Eurocopa, em 2021, aceleraram o processo: os jogadores que deveriam liderar a equipe na Copa de 2026 já serão as estrelas no Qatar.
"Acho que a Espanha pode ser uma surpresa agradável. Ainda existem dúvidas sobre como esse grupo tão jovem vai reagir, porque há muitos jogadores jovens", afirma Marcos Senna, que disputou a Copa de 2006 e foi campeão da Eurocopa de 2008 pela seleção espanhola.
O brasileiro aprova o trabalho do técnico Luis Enrique e aposta em uma boa campanha dos espanhóis no Qatar. "Gosto muito do treinador. Ele lembra muito o Luis Aragonés [campeão da Eurocopa-08]. Acho que a Espanha vai chegar longe. Pra mim, é time de semifinal ou até de final".
"A Espanha é, acima de tudo, um time. Não tem grandes estrelas internacionais, mas é uma equipe bem formada e fiel à ideia do seu treinador. Acho que pode chegar longe. Não é favorita, mas pode fazer um bom papel", acrescenta Ferran Martínez, jornalista do Mundo Deportivo.
Desde que Luis Enrique voltou ao comando da seleção, em novembro de 2019, a Espanha disputou três competições - duas Ligas das Nações e a Eurocopa de 2021 - e chegou às semifinais em todas elas.