Esporte nunca foi considerado "coisa de mulher". Nos tempos mais primórdios, quando os gregos criaram os Jogos Olímpicos da Antiguidade, elas já eram excluídas da competição. Depois, na oficialização da Olimpíada "moderna", as mulheres foram orientadas a ficar "no lugar delas". Como muita gente ainda insiste hoje em dia.
A primeira participação feminina em Olimpíadas aconteceu em 1900, e em apenas duas modalidades: tênis e golfe. Mas as proibições seguiram. No Brasil, chegaram até a oficializar um decreto-lei que proibia as mulheres de praticarem esportes "incompatíveis com a sua natureza", como o futebol, a luta, e muitos outros. Somente em 1979 ele foi derrubado. Em 1991 foi organizada a primeira Copa do Mundo delas. E apenas em 2012 as mulheres puderam finalmente disputar todas as modalidades olímpicas que os homens disputavam.
O caminho até lá não foi fácil, mas talvez por isso seja motivo de orgulho. Cada mulher que já subiu a um pódio levou consigo muito mais do que a medalha. A conquista de uma é resultado da luta de muitas outras no passado e, ao mesmo tempo, é a semente para que tantas mais venham no futuro. Nada disso veio de mão beijada. Por isso, pedimos licença para trazer aqui um pedaço dessa história. São muitos os capítulos e não há espaço para falar de todos, então escolhemos focar nos feitos das brasileiras para fazer jus às nossas origens. É só um pouco da luta que trouxe as mulheres até aqui.