Vamos virar Madri de ponta cabeça
Na tarde de quarta-feira, Jorge Rodrigues enviou uma mensagem para a reportagem: "Estou embarcando". Na classe econômica do voo, espalhou para os vizinhos de poltrona que estava indo ver o filho na final da Liga dos Campeões.
Há dias, seu Jorge sofria de ansiedade esperando a hora de entrar no avião e viajar 8.379 km até Madri para o momento mais importante da vida de Lucas Moura. "Só sendo pai para sentir isso. Eu falando até me arrepio. Me sinto o pai mais orgulhoso do mundo vendo o Lucas sendo capa de jornal do mundo todo. Todo mundo só falando Lucas, Lucas Lucas", derrete-se.
Jorge não vai só. Mais 40 familiares passarão os próximos dias em uma casa em Madri para torcer por Lucas. Por enquanto, eles só têm 24 ingressos. Estão em busca de mais. Serão eles e mais milhões de olhos voltados para o atacante do Tottenham.
Como num passe de mágica que só o futebol explica, o brasileiro foi de simples coadjuvante a protagonista de um dos finalistas depois de comandar a virada histórica do seu time sobre o Ajax. Na casa de Jorge, teve gente até pulando na piscina nessa hora.
Lucas vive o apogeu de sua carreira. Mas só ele e essas pessoas que estão, hoje, em Madri sabem o que passaram para chegar até aqui. O jogador saiu como uma promessa do São Paulo, viveu o inferno no PSG e precisou juntar os cacos para se reconstruir Inglaterra. Evitou o caminho mais fácil, que era voltar ao Brasil. Engoliu sapo, mudou sua preparação e até a forma de jogar para persistir no seu sonho de infância. No sábado, ele vai entrar em campo contra o Liverpool com a certeza de que tudo valeu a pena.