A camisa azul com faixa horizontal amarela no centro. Um estádio abarrotado de gente e hostil para os adversários. Um técnico esguio, com seu terno impecável e seus cabelos brancos cacheados na nuca resistindo à calvície. Um camisa 10 mágico, capaz de romper as fronteiras de uma das maiores rivalidades mundiais.
Houve um tempo em que eram poucos os brasileiros que não tinham pesadelos ao pensar no Boca Juniors e nessa mística que cercava o time treinado por Carlos Bianchi e estrelado por Juan Román Riquelme. Afinal, com os dois juntos ou em carreira solo, o Boca levantou quatro títulos de Copa Libertadores da América entre 2000 e 2007, sempre deixando sonhos brasileiros para trás.
Mas os feitos desse período histórico, que deram ao Boca a imagem de bicho-papão sul-americano, estão cada vez mais distantes. A realidade do clube hoje tem muito mais a ver com polêmicas, times contestados e uma duradoura freguesia para o arquirrival River Plate.
O Boca Juniors, por ser cabeça de chave do Grupo E, vai fazer os dois últimos jogos da fase de grupos dessa Libertadores em casa, justamente contra os dois principais rivais da chave. Hoje, contra o Corinthians, e dia 26 deste mês contra os colombianos do Deportivo Cali. Tropeçar nesses jogos em La Bombonera pode ser fatal, já que os adversários ainda encaram o frágil Always Ready, da Bolívia, como mandantes. Por enquanto, o Corinthians é líder com sete pontos, contra seis do Boca, cinco do Cali e quatro dos bolivianos.