Entre uma nação e uma cidade

Como Marcos Braz concilia a vice-presidência de futebol do Flamengo com seu primeiro mandato como vereador

Igor Siqueira Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ) Igor Siqueira/UOL

No gabinete do segundo vice-presidente da Câmara de Vereadores do Rio é possível ver, em uma mesma parede, um quadro, menor, do Cristo Redentor com a camisa rubro-negra e uma foto emoldurada, maior, do dono da sala também em vermelho e preto, com um charuto usado em comemorações de título. Em cima da mesa, uma bandeirinha do Flamengo aparece entre a do Brasil e a do estado do Rio de Janeiro. A decoração representa a junção dos papéis exercidos por Marcos Braz (PL): os cargos de vereador e de vice-presidente de futebol do Flamengo.

O dirigente/parlamentar pediu educadamente para que não fossem feitas imagens dos quadros. Mas só o fato desses elementos estarem naquele espaço específico do centenário Palácio Pedro Ernesto indica que o cartola atingiu papel relevante, mesmo estando apenas em seu primeiro mandato como vereador.

Braz vive entre a responsabilidade de tocar o futebol do clube mais popular do Brasil, com torcida estimada em mais 40 milhões de torcedores, e honrar os mais de 40 mil votos que recebeu na eleição de 2020 da segunda maior cidade do país.

Enquanto conversava sobre seu mandato, Braz recebeu uma ligação do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. Eles discutiram por alguns instantes para onde iria o jogo entre Flamengo e Athletico, já que o Maracanã está fechado.

Mexer com política e futebol demanda gestão de tempo e atrai holofotes em dobro. Qual é a prioridade? Flamengo e Câmara se misturam? O UOL passou pelos corredores da Câmara nos últimos meses para entender como é o Braz vereador e como ele tenta conciliar os deveres com uma nação e uma cidade.

Ele diz que neste ano já perdeu 22kg porque está indo à academia. O peso da responsabilidade não mudou. Segue enorme.

Igor Siqueira/UOL

Ganhei a Libertadores sem ser vereador e ganhei a Libertadores sendo vereador

Marcos Braz, vereador e vice de futebol do Flamengo, referindo-se aos títulos de 2019 e 2022

Igor Siqueira/UOL
Marcos Braz em um dos estádios da Copa 2022

Em 2023, o segundo com mais faltas

Em 2023, ano marcado por cinco títulos já perdidos pelo Flamengo ao longo da temporada, Marcos Braz já se ausentou de seis sessões da Câmara, o mesmo número de Carlos Bolsonaro (Republicanos). Os dois estão empatados na segunda posição daqueles com mais faltas que não foram abonadas durante o primeiro semestre, período sobre o qual já há o balanço fechado feito pela Câmara.

A primeira colocada da lista de ausências até agora é Verônica Costa, a Mãe Loira do funk, que tem 12 faltas. Ela é companheira de partido de Braz (PL).

Ranking de faltas (não abonadas) no primeiro semestre

  1. Verônica Costa (PL) - 12
  2. Marcos Braz (PL) e Carlos Bolsonaro (Republicanos) - 6
  3. Thaís Ferreira (PSOL) e Eliseu Kessler (PSD) - 4

Na Câmara, as sessões de terça e quinta são presenciais. Às quartas, remotas. Isso ajuda Braz a evitar um número maior de faltas, já que vira e mexe precisa viajar com o Flamengo — dentro do Brasil ou fora, como é o caso em jogos da Libertadores ou do Mundial. Vereadores com mais de 60 anos, dificuldades de locomoção ou algum outro tipo de comorbidade ainda podem se valer do modo virtual. Não é o caso de Braz, que tem 52 anos.

"Qual é o dia que eu tenho que estar no plenário votando aqui? É terça e quinta. E na quarta-feira é remoto. Se você analisar, durante o ano, nem todas as quartas-feiras eu estou fora. Então assim, não são tantas faltas. E quando tem faltas, somos descontados do salário. Eu aqui não tenho nenhum benefício disso aí. Quando eu falto, é só por causa dessa situação do Flamengo. Mais nenhuma. Se não tiver uma situação no Flamengo, você vai me encontrar na Casa", diz ele.

Braz passou 2021 zerado em faltas. Em 2022, teve oito ao longo do ano, sendo três já em dezembro, quando ele foi ao Qatar acompanhar parte da Copa do Mundo.

Em 2023, a distribuição de faltas de Braz está assim:

  • Fevereiro: 1
  • Março: 1
  • Abril: 2
  • Maio: 2
Renan Olaz/CMRJ

'Não usei o Flamengo politicamente'

O lado dirigente de Marcos Braz é uma função amadora e não remunerada, mas bem mais conhecido do que a faceta como vereador, cargo que lhe rende o salário líquido de R$ 17.219,14. O valor corresponde a 75% dos subsídios dos deputados estaduais.

Essa mescla já rendeu uma pressão de opositores no clube, que o acusam de usar o Flamengo para fins políticos. Os posicionamentos contra a vida política de Braz sobem de tom à medida que problemas borbulham no Flamengo.

"Eu não usei o Flamengo politicamente até porque eu fui secretário de Esporte do Rio de Janeiro antes de ser vice-presidente de futebol do Flamengo. Fui secretário de Esporte do Rio num ciclo olímpico e eu não era absolutamente nada do Flamengo. Vice-presidência de futebol veio depois", disse Braz.

Em 2020, o grupo Flamengo da Gente chegou a propor uma emenda ao estatuto do Fla para que qualquer membro de poder que desejasse se candidatar a cargo público fosse afastado temporariamente. Essa medida ganhou corpo após a entrada do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello na vida política, mas também pelo cenário envolvendo Braz — embora os autores digam que não quiseram "fulanizar" a iniciativa. De qualquer forma, a ideia não andou. Uma comissão também investigou o uso político do clube por parte de Braz. A discussão não resultou em sanções.

"A minha visão é que quem ocupa cargo no Flamengo não pode se candidatar. A pessoa tem que fazer uma opção, para ter uma separação clara. Mas o Braz está lá e não há nada de ilegal nisso. Mas tem uma outra discussão: acho que o cargo de VP de futebol tem que acabar. As decisões que hoje pertencem a ele têm que ser de alguém que se dedique ao cargo de forma integral, seja remunerada para isso e tenha autonomia. O Flamengo é administrado nas horas vagas dos seus dirigentes", disse o advogado Walter Monteiro, candidato derrotado à presidência do Flamengo em 2021 e um dos defensores da emenda.

O cenário mais recente envolve um movimento político contrário: o Conselho do Flamengo votará no dia 14 uma emenda que veta pessoas com cargo político de se candidatarem a cargos eletivos no clube — como presidente.

'Outros foram candidatos e jamais tiveram tamanho mimimi'

Renan Olaz/CMRJ

Soco no Ninho, sessão na Câmara

No último dia 15 de agosto, a dedicação de Braz aos dois cargos foi colocada à prova. No treino do Flamengo, Gerson e Varela trocaram socos. O lateral, inclusive, saiu com o nariz fraturado. O vice-presidente de futebol não estava no Ninho do Urubu, mas o verador cumpriu o expediente na Câmara do Rio, horas depois.

"Eu resolvi tudo pelo telefone", explica.

Naquele dia, inclusive, presidiu a abertura dos trabalhos na sessão. Além de controlar a ordem dos discursos na bancada, Braz assinou vários documentos trazidos pelos assessores da Casa à mesa principal do Palácio Pedro Ernesto. Ele foi substituído depois de meia hora (16h32) pelo presidente da casa, Carlo Caiado, que comandou o decorrer da sessão para tramitação da ordem do dia.

"Um evento como esse (briga no treino), claro, foi fora da curva, não foi legal. Mas uma outra situação, 16h, não tem nada a ver. Eu resolvi. E eu acho que o cara que não tem a capacidade de fazer isso não pode ser vice-presidente de futebol do Flamengo. Talvez nem vereador", afirma Braz.

A Câmara seria, então, o alívio do futebol?

Não, de jeito nenhum. Eu trato isso aqui com o maior respeito possível. Eu não tenho nenhum alívio vindo pra cá. Apenas são situações diferentes. São momentos diferentes. Já estive no Ninho hoje de manhã, durante o dia todo. Saí, fui pra outra reunião, fui pro almoço do Flamengo e vim aqui ainda presidir a casa aqui. É o que eu sempre falo. Quem paga o preço são meus dois filhos e minha mulher, a Ana Paula."

Renan Olaz/CMRJ

Quando o Flamengo é assunto na Câmara

Era um dia movimentado na Câmara. A sessão definiria o futuro da escala de trabalho dos guardas municipais do Rio e havia uma mobilização intensa. O vereador Rogerio Amorim (PTB) se aproximou de Braz, que estava na quinta cadeira da última fileira do plenário (lugar destinado a ele), e disse:

Fala, meu presidente!"

A referência em tom de brincadeira dizia respeito ao papel de Braz no Flamengo, não na Câmara. O episódio mostra que as conversas sobre futebol também aparecem no ambiente político. Braz às vezes cai na resenha. Mas há situações que ele tenta driblar.

"No trato pessoal com ele, é óbvio que nós brincamos. Sou um flamenguista doente. Toda vez que o Flamengo perde, sempre vai um lá perguntar 'por que não tirou o fulano, colocou o sicrano?', 'Por que que não troca o técnico?'. Mas a maioria dos vereadores respeita bem. Dentro do plenário, a gente trata da cidade do Rio. Ele normalmente brinca: 'Vamos sair dessa, vencemos tudo'. Não há time que perdure no auge durante todo o tempo, mas o Flamengo vai voltar a brilhar como sempre brilhou", contou Rogério Amorim (PTB).

Ao mesmo tempo que o Flamengo por vezes é o assunto que abre conversas, Marcos Braz rejeita a tese de que ganhou favores na Câmara por causa da função no futebol. "Aqui não tem isso, não", rebate ele.

Quem concorda é Felipe Michel (PP). Ele chegou à Câmara quatro anos antes de Marcos Braz, foi lateral-esquerdo do Flamengo e atualmente é um dos vices da Federação de Futebol do Rio (Ferj).

"Braz tem uma experiência muito grande no futebol. Só que a Câmara tem um outro tipo de trabalho. Ele é o vereador Marcos Braz. Ele chega aqui e não é o vice-presidente de futebol do Flamengo. Ele sabe que aqui não é ele que manda. É um conjunto de vereadores", disse Michel.

Vantagem na disputa de votos por causa da posição no Fla?

Eu falo para o Braz que ele precisa sair disso um pouco, porque se o Flamengo estiver bem, a eleição dele está garantida. Se o Flamengo não estiver bem, ele corre o risco na reeleição dele. Então eu, como amigo, sempre falo para ele: 'Tenta ao máximo sair, não depender disso'. Mas eu enxergo que com essa correria, com o momento que o Flamengo está, ele não encontra tempo suficiente para isso."

Felipe Michel, vereador e uma das figuras próximas a Braz na Câmara.

Igor Siqueira/UOL

Braz tem bandeira?

Dos 73 projetos de lei apresentados por Marcos Braz, três ocupam um espaço preferido na lista do vereador. "Eu não tenho uma bandeira. Mas o que eu te falo é que a parte do esporte é uma pauta muito presente para mim. É natural", diz ele.

O primeiro diz respeito ao uso das áreas sob viadutos. A proposta prevê o aproveitamento de espaços ociosos ou degradados para transformá-los em espaços para atividades culturais e esportivas. O texto prevê que o poder público faça editais de seleção de organizações que se instalem e criem áreas de lazer e entretenimento. Braz assina a autoria do projeto ao lado dos vereadores Luiz Ramos Filho (PMN) e Marcelo Arar (PTB).

Outros dois projetos têm participação de vereadores do PSOL. Ambos foram promulgados em 2022. Um torna obrigatória a divulgação de informações sobre injúria racial em eventos esportivos. O outro dispõe sobre as penalidades administrativas na prática de atos de discriminação contra as mulheres.

"É um vereador atuante. Ele tem participação. Ele é comprometido com algumas pautas progressistas, até. Ele é responsável com as pautas que defende. Inclusive, projetos referentes a direitos das mulheres ele vota a favor. Tem um espírito republicano com os companheiros de maneira geral", disse a vereadora Monica Benício (PSOL).

Braz também esteve no bloco de vereadores que levaram adiante um projeto que prevê a reserva de espaços nos estádios para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Um dos autores do projeto foi William Siri (PSOL).

"O vereador Marcos Braz tem trânsito na casa. Ele consegue estar presente, dialogando com todo mundo. Braz teve atuação importante nesse projeto sobre os estádios porque conhece o meio. A gente espera que o Maracanã e o Nilton Santos sejam referências nisso", disse Siri.

Alguns números do mandato

  • 73

    Marcos Braz tem autoria, em solo ou compartilhada, de 73 projetos de lei na atual legislatura, segundo dados da Câmara. O mais recentes envolvem o plano de cargos e salários dos servidores municipais e a inclusão do novo Museu do Flamengo no guia oficial e no roteio turístico e cultural do município.

  • 55

    Leis Ordinárias com autoria, em solo ou compartilhada, de Marcos Braz entraram em vigor na atual Legislatura. Uma delas é o tombamento provisório da sede social do Olaria, clube da Zona Norte do Rio. No início do mandato, em 2021, ele assinou projetos sobre a compra de vacinas contra a covid pela prefeitura.

  • 20

    Braz apresentou, sozinho ou acompanhado, proposta de 20 projetos de decreto legislativo. Entre eles, a concessão de título de cidadão honorário do Rio a Vini Jr, a Arrascaeta e à ginasta Rebeca Andrade, ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

  • 2

    A Câmara registrou ainda duas moções com participação de Marcos Braz. Uma delas foi a de votos de solidariedade para Vini Jr, após ser alvo de racismo na Espanha.

Renan Olaz/CMRJ

Como Braz virou VP da Câmara

Como é que Braz foi parar na segunda vice-presidência da Câmara? Ele diz que "articula pouco", mas, ao mesmo tempo, acrescenta: "Eu sou habilidoso. Eu dei meu jeito aqui". O jeito foi apostar no apoio à candidatura do atual presidente, Carlo Caiado (PSD), quando o cenário de sucessão do comando da Câmara ainda estava incerto. A fidelidade ao vencedor rendeu a Braz uma boa posição no tabuleiro. "Quando eu me tornei o vice-presidente da Casa, eu tinha voto para isso. Voto você tem ou não tem. Não tem conversa fiada. É o dedão lá do vereador que vota. E fui reeleito para a Mesa Diretora", contou.

Igor Siqueira/UOL

Como Braz foi parar no PL

Marcos Braz passou a fazer parte do Partido Liberal (PL) a convite do presidente estadual, Altineu Côrtes, que é deputado federal. Foi por essa adesão que ele ganhou os quase 41 mil votos para vereador em 2020. Nas eleições de 2022, o partido foi abraçado por políticos da extrema direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro. O PL também é o partido do governador Cláudio Castro. "O Altineu achava que eu era um bom quadro e teria uma eleição tranquila. Eu vim, ganhei a eleição e não saí mais. Mesmo depois que vieram outras pessoas. Uns são meus amigos, uns têm relação, outros não têm relação", disse Braz.

Renan Olaz/CMRJ

Braz é de direita ou esquerda?

Apesar de ser do Partido Liberal, mesma legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, Marcos Braz não gosta de se definir como alguém de direita ou esquerda. Ele também prefere não se classificar como oposição ou situação diante da gestão do prefeito Eduardo Paes no Rio — embora o vice-prefeito, Nilton Caldeira, seja do PL.

"Sou um vereador bastante independente. Se tiver que votar contra o governo, eu voto. Eu acho que eu contribuo mais com a minha independência", descreve ele.

Braz acha que essa postura o ajuda na posição atual de membro da Mesa Diretora e o faz ser procurado nos bastidores a respeito de várias pautas. Vereadores tentam angariar o voto dele em projetos de diferentes naturezas — independentemente do viés ideológico.

O exemplo que Braz usa foi o posicionamento na recente questão da Guarda Municipal. Ele foi um dos que foram derrotados na tentativa de manter a escala no regime 12h/60h. A Câmara aprovou (por 34 a 16) a alteração para o esquema 12h/36h, como queria o Executivo. Braz não costuma ir muito à bancada do plenário para fazer discursos. Mas abriu uma exceção nessa votação.

"Sou contra essa covardia, contra essa situação de mudar por mudar. Todos nós aqui fazemos as contas ao fim do mês do que ganha e gasta, do que pode gastar. Está dentro do salário deles o que podem fazer na folga, um é Uber, é segurança? De um dia para o outro a gente vai cortar tudo deles?", indagou Braz na ocasião.

Curiosamente, essa pauta da Guarda Municipal juntou no mesmo lado vereadores do PSOL, como Mônica Benício, a viúva de Marielle Franco, e integrantes de alas mais conservadoras da Câmara, como Rogerio Amorim (PTB) e Felipe Michel (Progressistas).

"Ele é independente mesmo. Vota contra e a favor do Eduardo Paes", diz o vereador William Siri (PSOL).

Eu vejo questões de esquerda que o Braz às vezes defende, vejo questões de direita que ele às vezes também defende. Então, eu considero que o Braz não é o perfil de direita e nem de esquerda. E nem digo centro-direita enem centro-esquerda. Eu digo centro, um cara realmente de centro."

Felipe Michel, Vereador pelo partido Progressistas

Renan Olaz/CMRJ
Marcos Braz ao lado do presidente da Câmara do Rio, Carlo Caiado

"O Flamengo não atrapalha minha vida"

Você vai ser candidato à reeleição?

Braz: A vereador? Com certeza.

Resposta fácil assim?

Braz: Sim, é um processo natural. Eu tenho certeza absoluta que isso não atrapalha em nenhuma função minha no Flamengo ou qualquer outra função que eu tivesse.

Mas e o contrário? O Flamengo atrapalhar a sua carreira política?

Braz: Eu não posso achar que o Flamengo atrapalha nada na minha vida. O Flamengo é uma situação que eu amo, desde garoto sempre fiz política interna no Flamengo e não atrapalhou a minha vida. A minha posição de vice-presidente de futebol do Flamengo? Eu tomo as posições que tiver que tomar. Mesmo que eu tenha que ser prejudicado na minha situação de vereador.

Está fazendo terapia?

Braz: Não, não faço terapia.

Sente que precisa?

Braz: Cada um recorre em algumas situações...

Geralmente, no seu caso, o que você precisa?

Braz: É Deus.

Você está em uma igreja, essas coisas, religião?

Braz: Eu tenho a minha religião, mas disso eu não falo.

Não tem como eu não ter uma imagem questionada a partir do momento que eu sou cartola e vereador do Rio. Eu acho que o político do Brasil, por sã consciência, ele é muito questionado. Muito, muito. Ele está sempre em xeque. Político, por si só. 'Ah, o cara é político'. Acho que tem um preconceito de outra situação. Tem várias interpretações. Eu sou político e sou cartola. Eu não tenho como não ser questionado. Tenho que saber conviver com isso, conviver com tranquilidade e conviver com a minha consciência. É isso que eu faço."

Marcos Braz, Vereador e vice de futebol do Flamengo

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