Você precisa de R$ 150 mil pra ser vizinho da casa onde Neymar passou boa parte de sua infância. É uma casa espaçosa, de 95 metros quadrados, dois quartos (uma suíte), sala ampla, cozinha, área de serviço, garagem, quintal e piscina. Erguida na ponta de uma ruazinha na periferia de Praia Grande (SP), a casa em que Neymar morou dos oito aos 12 anos não está à venda, mas um apartamento do prédio ao lado está.
Se você comprar esse apartamento e olhar pela janela, vai ver a casa. E se você fechar os olhos e voltar no tempo, dá para imaginar Neymar, correndo no quintal do primeiro imóvel próprio de sua família, depois de anos vivendo de aluguel ou de favor. Era um tempo de alívio, mas também de medo. A humanidade se assombrava com as profecias do fim do mundo na virada do milênio. Neymar, o filho, se assombrava com as ameaças de sua mãe, que prometia furar a bola se o filho não parasse de chutá-la em suas roupas secando no varal. E Neymar, o pai, morria de medo do filho se machucar na rua.
Foi por isso que o pai construiu um campinho de areia entre os muros da casa, para o futuro craque, naquela época com oito ou nove anos, correr, driblar e cair em segurança. Na sala, o armário abrigava a TV e também uma foto. Ela mostrava Neymar, o pai, resgatado de um campo de futebol pelos bombeiros. De helicóptero. A imagem era tão impressionante que sobreviveu por 20 anos na memória de Jonathan, amigo que frequentou a casa.
O imóvel ainda pertence à família, mas hoje está inabitado. Não se sabe se em ruínas ou em reforma.