Logo em seus primeiros meses à frente do Cruzeiro, o advogado Sérgio Santos Rodrigues, de 38 anos, percebeu que presidir um grande do futebol brasileiro demanda mais que conhecimento teórico e força de vontade. O clube que assumiu tinha situação financeira em colapso e respirava por aparelhos.
À boca miúda, o clube de tantos títulos virou caloteiro e, à fama de não pagar ninguém, somou também o rebaixamento para a Série B. Para Sérgio Rodrigues, construir um "novo Cruzeiro" em seus próximos três anos de mandato significará assistir de camarote à prisão de Wagner Pires de Sá e Itair Machado, processados pela justiça mineira por crimes de ordem financeira contra a Raposa.
Para ele, não é aceitável que os responsáveis pela diretoria anterior andem "livremente tendo desviado o que desviaram". "Claro que desejo vê-los presos, mas não só como desejo pessoal meu, mas de toda torcida. Para servir de exemplo. Não é pessoal, por rancor ou ódio. Não tenho rancor ou ódio por ninguém. É como torcedor".
A situação do clube é tão trágica que, mesmo com o centenário do clube sendo comemorado em 2021, Sérgio Santos Rodrigues não consegue prometer à torcida que o time volte à Série A. "Prometer fim é complicado. A gente pode prometer o meio, mas prometer acesso é muito complicado".