A imagem de uma mulher morta, vestida de vermelho e com seu bebê ainda no colo, hoje se funde com a paixão albiceleste. As histórias envolvendo a seleção da Argentina e uma quase bicentenária manifestação de fé se unem em San Juan, palco do clássico contra o Brasil, hoje, a partir das 20h30 (de Brasília), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
No meio do deserto dessa província do interior, que faz fronteira com o Chile, um ponto de parada nada luxuoso e árido passou a reunir, ao longo de mais de um século, símbolos de gratidão a uma figura religiosa que nasceu do seio do povo, a Defunta Correa.
Quem nela acredita dá crédito por graças recebidas. De toda a natureza. Carros, casas, motos, casamentos, conquistas profissionais e até títulos do futebol. Pelas escadas por onde passavam, em média, antes da pandemia, cerca de 1 milhão de pessoas por ano, também andou —inclusive de joelhos— o presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia.
Pelas mãos dele, até a taça da Copa América já foi parar ao lado da imagem dessa mulher sobre a qual pouco se sabe, mas que é alvo de uma devoção que extrapola os limites de San Juan. Ou seja, ao menos uma vitória sobre a seleção brasileira —derrotada na final deste ano, no Maracanã— já caiu na conta da Defunta.