Quando Galvão Bueno chega a um estádio, três coisas não podem faltar na bancada de transmissão: uma garrafa de água quente, outra de café e um inalador. A água ele usa para fazer gargarejos e o café, para manter as cordas vocais aquecidas. O inalador aparece nos intervalos, para garantir que a voz vai aguentar.
Aos 72, ele aprendeu nos quase 50 anos de carreira que é preciso se cuidar para aguentar o tranco. Por isso, também, que faz exercícios prescritos por fonoaudiólogos enquanto os comentaristas analisam a partida.
No meio da Copa, ele ainda revelou que ele e sua mulher, Desirée, estavam trocando de hotel. Saia um em que as janelas não se abriam, chegava um quarto com vista deslumbrante. "Eu tenho alguns jogos para fazer e respirar esse ar puro me faz bem", contou.
Todo esse protocolo foi intensificado no Qatar, principalmente depois que, dias antes de sua despedida da narração em Copas do Mundo, ele contraiu covid. Foram dias internados no hospital Albert Einstein, em São Paulo, fazendo fisioterapia, para garantir que o "Haja coração" pudesse ser gritado, a pelos pulmões, até hoje, o dia da grande final entre Argentina e França. Um jogão que coroou a despedida de Galvão da melhor maneira possível.