A Argentina sofreu oito gols em sete jogos na Copa do Mundo do Qatar, sinal de que não tem exatamente uma defesa histórica e insuperável. Mas esta edição do torneio não foi sobre isso. Tricampeã mundial, a equipe de Lionel Scaloni foi premiada pela eficiência, por não ser refém de um único estilo de jogo e por vencer com um ajuste tático individualizado para cada jogo.
A Copa do Qatar não apresentou grandes tendências ou inovações táticas, daquelas que vão virar referência no futebol de clubes e seleções pelos próximos anos. Também não mudou o eixo do futebol mundial, pois a Argentina já pisou no país como uma das favoritas.
Ainda assim, mostrou ao mundo novas estrelas, novas formas de defender e anular forças dos adversários e também formas de ver o jogo nas transmissões da TV que podem ser revolucionárias. Além disso, colocou mais uma vez em xeque o tiki-taka quando Argentina e até a zebra Marrocos botaram para fora da Copa o toque de bola de pé em pé de Croácia e Espanha a partir de estratégias muito diferentes.
Curiosamente, a Copa do Mundo que consagrou a campeã eficiente, que se moldava de acordo com o adversário e foi elogiada por anular pelo maior tempo possível craques como Lewandowski, Modric e Mbappé foi a Copa da maior média de gols desde 1994: 2,69 por jogo. A Argentina fez 15 dos 172 gols. Sete de Messi, o símbolo de quando a tática favorece o talento.