Chutes altos, socos rápidos e saltos com voadora giratória. Os golpes do taekwondo às vezes parecem comandos de um videogame, e a história do terceiro medalhista olímpico brasileiro da modalidade une as duas coisas.
Antes de ser Edival Pontes, bronze na categoria até 68kg em Paris, Netinho era uma criança que gostava de videogame. Daquelas que procuravam um amigo com um Super Nintendo para sentar diante da TV e não sair mais.
O amigo era filho de um professor de taekwondo, que um dia tirou a garotada da frente da tela e botou para treinar. Netinho gostou, seguiu e não parou mais.
Nos duelos do clássico Mortal Kombat, ele era Sub-Zero. Um ninja de quimono azul, frio, que dominava os adversários com força e rapidez.
No Grand Palais de Paris, também.
A medalha de bronze veio com colete azul, depois de 8 horas esperando para saber se teria direito a lutar ou não na repescagem; um exercício de paciência. No pódio, Netinho beijou a medalha e, quando olhou para o lado, entendeu bem onde estava. "Essa categoria só tem ninja", comentou.
Ele também era um deles. Edival Pontes, o Sub-Zero brasileiro.