Téo José bebericava um vinho com a mulher em casa, em Goiânia, em julho deste ano, quando recebeu a ligação de um colunista de televisão. Ele pedia que o narrador confirmasse a participação na final do Campeonato Carioca, o Fla x Flu, pelo SBT. Téo negou —não por não querer contar, mas porque não sabia sequer que estava sendo cogitado para protagonizar a transmissão.
À época, o narrador goiano estava de férias da Fox Sports, onde trabalhava desde 2018. "Vão te procurar", disse o colunista. Na madrugada, a notícia se espalhou por diversos sites e jornais esportivos. "Achei melhor ligar para o meu chefe, para que ele não pensasse que eu tinha negociado qualquer coisa sem avisá-lo. No dia seguinte, vieram o convite e a liberação". Téo foi emprestado à emissora em julho. Hoje, três meses depois, é o principal narrador da Libertadores na casa. O segundo convite, para assumir o campeonato continental, veio três dias antes do primeiro jogo no SBT. Em 45 minutos, ele aceitou a proposta, pediu liberação da Fox e fechou com o canal de Sílvio Santos.
Passar pelos grandiosos estúdios nos corredores do SBT não foi novidade para o goiano —que, por quatro vezes, sentou-se no sofá da Hebe Camargo em sua primeira passagem pela casa. Foi pelo SBT que Téo protagonizou o dia de maior audiência da Fórmula Indy no Brasil —23 pontos às 13h de um domingo. Ele espera recordes similares no futebol, mas entende que é preciso tempo e muito trabalho.
Nesta entrevista, o jornalista de 57 anos revela perrengues que já viveu em estádios: "já fiz xixi em uma garrafinha várias vezes, enquanto narrava o jogo"; relembra uma magoazinha com Pelé, a quase carreira como jogador de futebol e a solidão da pandemia, que, além de tudo, ainda levou um de seus melhores amigos: seu cachorrinho. Téo confirma que quem vê close não vê corre e explica o árduo trabalho por trás da versatilidade de quem caminha levemente entre esporte a motor e o futebol —seu preferido, na margem de erro.