Adilson Batista sabe bem o que é cair. Já levou muitos tombos. Da vida e até de si mesmo com os erros que admite ter cometido na carreira. E a cada queda ganhou ainda mais força para se levantar. O ex-zagueiro, capitão, raçudo sabe que não adianta ficar chorando. É preciso ir à luta.
Foi indo à luta que se tornou um dos maiores zagueiros do Brasil na década de 90. Rejeitado por Grêmio e Corinthians após quebrar a perna duas vezes com direito a uma atrofia de 4 cm, apostou em si e comprou o próprio passe. Deu certo. Acolhido pelo Inter, virou ídolo e fez história no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e até no Japão.
"Se você olhar a minha história, eu quebrei a perna duas vezes em um ano. Fiquei seis meses parado numa, e dez na outra. Eu fui jogado no INPS. Naquele tempo era gesso, tinha atrofia de 4 cm. Eu me ofereci para o Grêmio, me ofereci para o Corinthians. 'Porra, esse cara vem com a perna quebrada'. E olha o destino, fui jogar nos dois. E você treinando, treinando, treinando. Aí você estoura o joelho, você tem lesão na C5 e C6 da coluna, você quebra o nariz numa decisão e volta e joga, você tem fissura no pé", lembra em entrevista ao UOL Esporte, concedida cinco dias antes de ser dispensado do América-MG, seguindo 10 jogos sem vitória.
E é indo à luta mais uma vez que ele tenta se reerguer como um técnico de ponta depois dos erros de gestão na carreira que culminaram em passagens frustradas por Corinthians, Santos e São Paulo.
"Vou ficar chorando? A gente é zagueiro, é do Sul, fui criado no interior. É raça mesmo, a gente tem que lutar, é o brasileiro. Não perco tempo para ficar chorando. Lugar para ficar chorando eu vou lá na missa. Vou lá rezar um pouquinho que é bem melhor"