Eu era o filho do presidente de um clube de várzea. A maior lembrança que tenho é do amor que a gente tinha pelo futebol em si. Cuidávamos de tudo que envolvia o jogo no domingo: arrumávamos a copa em que as bebidas eram vendidas, reservávamos a pessoa que fazia os pastéis, cortávamos a grama do campo para jogar. Aquilo, para nós, era a coisa mais importante que existia.
Nós morávamos num vilarejo. Todo mundo participava desse clube. Era a coisa mais importante que a gente tinha. Isso desenvolveu um respeito muito grande pelo futebol, um amor que a gente carrega para o resto da vida.
Faz você se interessar pelas coisas e também saber dar uma opinião importante. Quando eu comecei como técnico do juniores do Guarani de Venâncio Aires, só tinham duas bolas para fazer treinamento. Hoje, quando eu ouço alguém reclamar: 'Não dá pra treinar', eu digo: 'Espera um pouquinho...Sempre dá pra treinar'.
A trajetória foi nos preparando para poder ser enfático no momento de dar uma opinião, de mostrar para os jogadores que existe sempre um caminho para solucionar. Não dá para sentar na cadeira e chorar. Não adianta chorar. O adversário não está nem aí para o seu choro quando você for enfrentá-lo. Então você tem que arrumar soluções.