José Elias Moedim Júnior tinha fama de "rei do carrinho", daquele volante que chegava duro. Mas é crueldade reduzir sua reputação como jogador somente a isso. O garoto que virou titular do Corinthians aos 16 anos deu suas pancadas por aí, é verdade. Mas também suportou muita coisa para construir uma carreira de respeito.
Não foi fácil encarar uma maratona de ônibus para treinar no campo e no futsal na adolescência, nem mesmo a rotina de injeções para aguentar jogar no fim da carreira. Também não foi simples lidar com a intimidação de marmanjos duas vezes mais velhos no começo, nem ficar de fora da Copa de 1998, no auge da forma.
A resiliência de Zé Elias foi testada particularmente em momentos como a morte do mentor Mário Sérgio, uma das vítimas do desastre aéreo da Chapecoense em 2016. O "Zé da Fiel" também aguentou firme o mês de prisão por pensão alimentícia.
Em entrevista ao UOL, Zé Elias relembra esses e outros episódios da carreira, como a bronca de Ricardo Teixeira na Olimpíada de 1996, a vida na Inter "galáctica" de Ronaldo e o dia em que exagerou na piada na ESPN e temeu perder o emprego.