A Bélgica passou os últimos anos chegando às grandes competições com o rótulo que marcou seus jogadores por quase uma década: o da "ótima geração". Não era por acaso. Do goleiro aos atacantes, o país produziu uma safra de jogadores de alto nível, com destaque nos maiores clubes do mundo, e que foi coroada com a vitória sobre o Brasil nas quartas de final da Copa de 2018.
Mas o tempo passou e, apesar do resultado contra a seleção brasileira e da liderança do ranking da Fifa durante a maior parte do ciclo de preparação, os belgas jamais conquistaram um título ou chegaram a uma final. Foram as duas Copas e duas Euros desde que a "ótima geração" surgiu. O Mundial do Qatar se apresenta como última grande oportunidade para a equipe de Thibaut Courtois, Kevin De Bruyne, Eden Hazard e Romelu Lukaku finalmente chegar ao topo. O otimismo, entretanto, é contido.
"Hoje em dia, existem oito ou nove seleções que, em um dia bom, podem ganhar de qualquer adversário. Então, não dá para ter um objetivo tão ousado. A margem de erro nunca foi tão pequena quanto agora. Queremos usar os três jogos da primeira fase para ver como a equipe se comporta. Aí, dependendo de como crescermos, podemos ter um objetivo mais claro", diz, o técnico Roberto Martínez, em entrevista ao UOL Esporte.
Stéphane Demol, zagueiro da seleção belga nas Copas de 1986 e 1990 considera que será difícil até chegar novamente às semifinais. "A seleção da Bélgica não está atualmente em seu melhor nível. Acho que será difícil ir mais além das oitavas de final", prevê, citando alguns dos problemas recentes do elenco. "Eden Hazard quase não joga no Real Madrid, Lukaku não está bem fisicamente e a defesa não é mais a mesma".
O maranhense Luis Oliveira, conhecido - no Brasil e na Bélgica - como "Oliverrá", é mais otimista. Atacante da seleção belga na Copa de 1998, ele aponta a seleção comandada por Roberto Martínez como candidata a voos maiores. "Para mim, vai surpreender muito. É um time muito experiente, com jogadores que todos já conhecemos. Tem uma grande possibilidade de fazer uma ótima Copa e chegar de novo entre os quatro primeiros".