No mercado de trabalho, mulher em cargo executivo é minoria. No futebol, é raridade. Nos clubes que disputaram as séries A, B e C em 2017, somente cinco mulheres exerciam funções de chefia. A discrepância foi verificada na tese de mestrado "A trajetória das mulheres gestoras nas organizações futebolísticas brasileiras", de Monique Torga.
No documento, defendido junto ao Curso de Educação Física da Universidade de Juiz de Fora, ela compilou o organograma das 60 equipes inscritas nas três principais divisões do Campeonato Brasileiro daquela temporada. Monique pesquisou quem estava nos cargos de presidente, vice-presidente de futebol, supervisor de futebol, diretor-geral e diretor de futebol.
O critério foi escolher os cargos que dão poder de decisão. Existe somente uma mulher presidente de um time no Brasil - Myrian Fortura, comandante do Tupi (MG). Casos de desrespeito existem aos montes. Dirigente do Cabofriense, Flávia Seifert assina os contratos e nestas ocasiões já ouviu mais de uma vez uma frase que engloba todo o preconceito do futebol brasileiro: Eu quero falar com um homem.