Um jornalista estrangeiro queria perguntar a Tite se o presidente Jair Bolsonaro tentava se apropriar do título da seleção para valorizar a própria imagem. Um funcionário do Comitê Organizador Local (COL) tentou impedir a questão, mas outros repórteres protestaram e Tite quis responder. Uma cena que só aconteceu porque, de fato, Bolsonaro tentou se associar à seleção na Copa América.
Essa aproximação começou ainda no amistoso contra o Qatar, em Brasília, no dia 5 de junho. Bolsonaro não iria a princípio, mas mudou a agenda presidencial para ver o jogo no Mané Garrincha. Queria até ir ao vestiário, algo que não era bem visto pela CBF. E no fim optou por visitar Neymar, que seria cortado por lesão no tornozelo direito, em um hospital.
Durante a Copa América, era esperado somente para abertura e encerramento. A Conmebol nunca cogitou que ele entregasse a taça ao campeão. O presidente da entidade, Alejandro Domínguez, foi quem deu o troféu a Daniel Alves, de forma rápida e discreta. Bolsonaro apenas entregou medalhas, como é praxe em grandes eventos, e depois se juntou a alguns atletas e membros da comissão técnica para fazer fotos e vídeos.
A maior quebra de protocolo aconteceu na semifinal contra a Argentina. Bolsonaro surpreendeu a organização do torneio quando anunciou que iria ao Mineirão. E mais ainda quando quis descer ao campo e dar uma volta olímpica. Seus seguranças, sem credenciamento do torneio, incomodaram a Associação de Futebol Argentino (AFA) e a própria Conmebol.