Everaldo Marques sabia do longo e concorrido caminho que teria para narrar futebol. Para se destacar com o microfone na mão e cumprir o sonho de infância, ser versátil surgia como requisito básico. Para isso, pensou uma estratégia simples: mostrar-se disponível e interessado em narrar o que quer que fosse.
Neste campo, os esportes americanos apareceram como alternativa palpável. Em crescimento no Brasil, eram o caminho ideal para chamar a atenção. A estratégia deu tão certo que transformou Everaldo na cara do futebol americano no Brasil.
Uma década depois, a parceria com Paulo Antunes se consolidou, agradou e criou fãs temporada a temporada. Mas, quando ainda "tudo era mato", foi necessário até combater "fake news" e vencer a resistência de um público que se reunia no Orkut para exigir excelência nas transmissões.
Hoje consolidado como um dos principais narradores do Brasil, Everaldo Marques ralou para realizar o sonho. Narrou Copa do Mundo em um "risca-faca" de São Bernardo, quase jogou tudo para o alto na Jovem Pan e chegou à ESPN com ajuda de Paulo Vinicius Coelho, o PVC, e Alex Tseng, responsáveis por arranjar um simples teste na emissora então comandada por José Trajano.
Ao UOL Esporte, Everaldo relembrou em uma conversa de mais de duas horas a trajetória para realizar o sonho de infância. Nas transmissões, se transformou em um dos mais estudiosos, como ele gosta de dizer, em busca constante por informação. "Sou jornalista acima de tudo", afirma um orgulhoso nerd dos microfones.