A classificação final da temporada 2019 da Fórmula 1 teve Lewis Hamilton impressionantes 87 pontos à frente do segundo colocado, seu próprio companheiro de Mercedes, Valtteri Bottas. Rival mais próximo com um carro diferente, Max Verstappen terminou 135 pontos atrás, o equivalente a mais de cinco vitórias de diferença. Mas estes números não contam a história de uma temporada que começou com uma lavada da Mercedes e terminou com cinco pilotos diferentes vencendo as oito últimas etapas.
Como explicar o que aconteceu em 2019? Foi a Mercedes quem mais acertou na interpretação das novas regras a temporada — especificamente para as asas, que estrearam neste ano para diminuir a turbulência gerada pelos carros e servir como um aperitivo do que está por vir em 2021, quando uma mudança bem mais profunda será feita. Red Bull e Ferrari começaram o ano com carros nervosos, que só se tornaram competitivos com o desenvolvimento ao longo do ano.
Mas a temporada teve um ponto fora da curva. Mesmo quando não teve o melhor carro, Lewis Hamilton colocou sua consistência a prova e só ficou fora do pódio em três oportunidades - duas por erros dele mesmo, na Alemanha e no Brasil, e uma (em Singapura) por uma estratégia ruim da equipe. Pela terceira vez em quatro anos, Hamilton foi ao pódio em 17 das 21 corridas, uma consistência que nem Michael Schumacher conseguiu em seus cinco anos de domínio na Ferrari.
Ao mesmo tempo em que Hamilton foi quase perfeito em seu hexa, a temporada foi marcada ainda pelo alto nível de qualidade da nova geração. Não só Charles Leclerc e Max Verstappen deram trabalho correndo por equipes grandes, como também Lando Norris, Carlos Sainz e Alex Albon brilharam.
O cenário parece perfeito, mas esbarra em um detalhe: apesar de todos esses pontos positivos e de uma audiência em alta na televisão brasileira, a permanência da categoria nas telinhas brasileiras (pelo menos na TV aberta), corre risco por uma disputa entre Globo e a Liberty Media.