Um silêncio quase involuntário toma conta do refeitório do CT do Caju no exato momento em que Felipão entra no ambiente. É mais que o simples respeito de elenco para treinador, é quase uma reverência àquela figura icônica.
De Nike Air Jordan no pé, o tênis da moda, Felipão em quase nada aparenta os 73 anos de idade. Deu as caras — que já não mais ostentam bigode — em um evento de patrocinadores do clube logo que chegou e até em uma festa junina de funcionários apareceu.
Dentro da grande estrutura do Athletico-PR, o técnico surpreende pela alta velocidade que caminha em direção a um dos oito campos para comandar o treino. Treinador da seleção brasileira pentacampeã mundial, título que completou 20 anos ontem (30), ainda se faz presente em campo. Paulo Turra, seu auxiliar de longa data, comanda cerca de 50% das atividades, mas mesmo nessas Felipão faz constantes e detalhistas intervenções.
Luiz Felipe Scolari completa 40 anos na área técnica nesta temporada, um recorde entre treinadores no Brasileirão. E Felipão não parece apenas de passagem: está em alta com o Athletico, desempenho inimaginável para quem vinha de campanha de rebaixamento com o Grêmio.
Mas Felipão é desses técnicos que não se pode dar por terminado. Como o guerreiro imortal dos filmes e dos quadrinhos, é um Highlander do futebol.