Assim como Abel Ferreira, Luiz Felipe Scolari também não nasceu palmeirense. Mas não são necessários nem cinco minutos de conversa para perceber como Felipão, um dos maiores técnicos do Palmeiras e do futebol brasileiro, tem o Alviverde nas veias. Só que nem sempre foi assim. Pelo contrário.
Tanto que quando o Palmeiras foi buscá-lo na cidade de Iwata, no Japão, onde dirigia o Jubilo, a surpresa em sua casa foi enorme. "Já estávamos adaptados no Japão, mesmo que vivendo lá há sete meses, e o Jubilo tava montado, tinha o Adilson (Batista) na zaga, o Dunga, o Mabília, além da comissão", relembrou Scolari ao UOL Esporte.
Para o Palmeiras, também era um movimento ousado. O Grêmio de Felipão havia sido inimigo em batalhas famosas entre 1995 e 96, quando o procuraram em 1997. Mas o objetivo da co-gestão era claro: Palmeiras e Parmalat queriam simplesmente o mundo. Para tanto, antes era preciso conquistar a América. E esse caminho, Scolari conhecia.
"Eu e minha família começamos a discutir. 'Vamos? Vale a pena?'. Com o Palmeiras, era uma briga por jogo quando a gente se enfrentava. Até que, em determinado momento, eu disse: 'Vou fazer a proposta e falar com o Paulo Russo [diretor esportivo da Parmalat]. Se fosse isso, se aceitassem, 'volto para o Brasil'. Se não, terminaria o assunto ali mesmo'", conta.
"Quando conversamos, aceitaram tudo. Já mandaram uma pessoa lá para pagar multa, falar com os japoneses. Eu tinha e tenho um bom relacionamento com o presidente. Expliquei a ele o que significava voltar e voltar para o Palmeiras. E saí numa boa com eles."