Jogado aos leões

A última grande entrevista de Fernando Vannucci, que morreu hoje (24/11/2020), ao UOL

Gabriel Carneiro e Vanderlei Lima Do UOL, em São Paulo Paulo Camilo/UOL

"Eu não sou nada do que algumas pessoas pensam"

Fernando Vannucci, jornalista por mais de 50 anos, aprendeu a conviver com os rótulos que o impuseram. Celebrado por passagens por TV Globo, Record, Band, Rede TV! e UOL, o apresentador morreu hoje (24/11/2020), aos 69 anos —a causa da morte não foi divulgada.

No UOL Esporte, ele foi o responsável pelo programa "A Rússia é Logo Ali", batizado como uma brincadeira com o famoso episódio do Mundial de 2006, que ele define como "trágico e infeliz", que ele comentou assim: "Isso não existe. Eu sei das minhas responsabilidades, não é à toa que eu estou desde os 15 anos trabalhando em rádio, televisão e internet", disse.

Em sua última grande entrevista ao UOL, publicada em junho de 2018, ele contou como se tornou um dos principais nomes do esporte da Globo, virou celebridade e viveu romances com famosas. O homem que quebrou o "Padrão Globo" ainda explicou o apelido carinhoso com que era tratado nos bastidores da TV, pediu desculpas a Jorge Kajuru e falou sobre Galvão Bueno, Cid Moreira, J. Hawilla e Sherlock Holmes —o seu pai.

Vannucci ainda admitiu que "nunca deveria ter saído da Globo" e que gostaria de ter voltado à emissora:

Morrer trabalhando na Globo seria um fecho de ouro na minha carreira, um prêmio, uma vitória. Nem que fosse como Léo Batista ou Cid Moreira, que estão meio afastados, mas de vez em quando participam".

Paulo Camilo/UOL

Os detalhes que levaram ao "A África é logo ali"

Acervo pessoal

Vannucci quebrou "Padrão Globo" e virou ídolo nacional

Fernando Vannucci estreou na TV Globo nacional em 1977 e foi, ao lado de Léo Batista, um dos primeiros apresentadores do Globo Esporte, que estrearia em agosto do ano seguinte. Rosto conhecido em todas as coberturas e programas esportivos da maior emissora do país, ele sente que ficou famoso de verdade justamente em uma cobertura que não participou: "Eu esperava ir para a Copa do Mundo no México, em 1986, mas quando saiu a escalação meu nome não estava", relembrou.

O jornalista havia sido "reservado" por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, vice-presidente de operações da emissora à época, para ancorar um programa chamado "Copa 86" dos estúdios no Rio de Janeiro.

Ele foi a cara da Copa do Mundo na TV Globo, com aparições ao longo da programação e estúdio dividido com o capitão do Tri, Carlos Alberto Torres, José Roberto Wright, os comentaristas Zagallo e Rubens Minelli e os humoristas Chico Anysio e João Kleber. Após a eliminação do Brasil para a França nas quartas de final, Vannucci chorou ao vivo no Jornal Nacional enquanto lia um poema escrito por Afonso Romano de Sant'Anna escolhido por Armando Nogueira. "Isso provocou uma explosão na televisão", disse o âncora, que, naquela época, conheceu pessoas "do Brasil inteiro" e fez amigos famosos, como o cantor Juca Chaves.

Foi onde eu pude me soltar totalmente. Eu quebrei o chamado "Padrão Globo de Qualidade", aquela coisa séria, como era o Cid Moreira. Eu cheguei como um maluco e deu certo. Quando a Globo achou que tinha que mudar, já tinha dado certo. Não tinha como voltar atrás, entendeu? Esse foi um momento histórico. Em 1986, eu virei um ídolo nacional".

Acervo pesoal

Fama de galã, capas de Playboy e passado conquistador

Diariamente na TV desde os anos 70, o jornalista aproveitou o reconhecimento para virar um dos galãs de sua época. "Galã? Eu meço 1,67m! Isso não é altura de galã. Eu nunca tive cara de galã. Mas sempre fui carinhoso e acho que elas gostam de carinho. Isso faz parte de um momento da minha vida. Tive inúmeras namoradas".

Há 30 anos, Fernando Vannucci era um homem acompanhado pelas colunas de fofoca. Essas inúmeras namoradas ganhavam manchetes. Uma das mais relevantes foi em 1992, quando o apresentador saia com a modelo Marinara Costa, que foi capa da revista Playboy. "Alô, você! A nudez espetacular de Marinara, a mulher de Fernando Vannucci", estampou a publicação masculina. O próprio Vannucci assinou o texto de apresentação das fotos de sua namorada nua: "Pele morena e gostosa com cheiro de mato molhado".

Marinara e Vannucci foram noivos e tiveram uma filha chamada Júlia, hoje psicóloga. Ele teve dois casamentos, o primeiro com Maria de Fátima, com quem teve os filhos Fernando, oncologista, Frederico, jornalista, e Fabiano, que viveu apenas 35 dias. Vannucci era casado com Alessandra, também jornalista, e os dois não tiveram filhos. Em relacionamentos do passado, com uma namorada de adolescência de Uberaba e uma comissária de bordo da VASP, ele descobriu outros dois filhos: Maria Fernanda e Antônio Henrique. "Filhos e mulheres eu tive vários", conta.

As "capas" de Vannucci

Reprodução/'Playboy'

Marinara Costa

Foi musa dos anos 90 e tirou a roupa para seis capas de revistas masculinas. Participou de novelas e seriados da TV Globo e no auge da fama chegou a ser candidata à deputada federal. Ex-modelo e policial civil, hoje leva vida fitness e atua em igreja.

Reprodução/Playboy

Marcella Praddo

Modelo foi uma das "Garotas do Fantástico" e capa da Playboy em 1987. Além de Vannucci, namorou Ayrton Senna, de quem suspeitou-se da paternidade de uma filha. Ela abandonou a fama em meados dos anos 90, deixou o país e entrou para a igreja.

Reprodução/Playboy

Suzane Carvalho

Foi capa da Playboy em 1982, atuou em três novelas da TV Globo, teatro, oito filmes e programas de comédia. Depois, se dedicou ao automobilismo, correndo na F-3, Stock Car e Indy Lights. Hoje é dona de um centro de treinamento de pilotos.

Acervo pessoal

Aula de leitura levou ao rádio (e não ao Direito)

Nascido em Uberaba, interior de Minas Gerais, em 1951, Fernando Vannucci começou a ser jornalista cedo. Muito cedo. Aos 7 anos, ele tinha a responsabilidade de contar os jogos da Copa do Mundo da Suécia para seu pai, que se chamava Sherlock Holmes e tinha deficiência auditiva. Na época, a família não tinha TV em casa, só rádio, e o menino escutava as narrações para transmitir os melhores momentos ao pai, que sabia quem tinha feito gol ou vencido os jogos por leitura labial.

Alguns anos mais tarde, na escola, Fernando era um dos primeiros alunos da classe de português do professor Geraldo Miguel. Seus momentos preferidos eram as aulas de leitura, quando os alunos liam textos e poemas em voz alta, para que todos ouvissem. "A curiosidade é que esse meu professor tinha um programa na Rádio Sociedade de Uberaba chamado 'Divulgando Valores'. Ele gostou da minha voz e me levou para participar do programa dele. Um ano depois, ainda adolescente, eu já estava trabalhando como repórter esportivo".

Da Rádio Sociedade de Uberaba, ele foi contratado pela Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, como repórter e narrador esportivo. Mas o jornalismo até então parecia um hobby: durante todo esse percurso, Vannucci acabou se formando em Direito. E viveu uma história inusitada...

Em Belo Horizonte, morei em pensões. Um dia, estava conversando com um dos homens que dormiam no mesmo quarto que eu e disse que estava fazendo faculdade de Direito. Ele virou para mim e disse: "Que legal. Mas você não pode ser promotor, você tem que ser advogado de defesa. É que eu fui preso porque matei um cara e preciso de advogado". Eu só pensei: "Meu Deus do céu, onde eu vim amarrar o meu bode?". Um absurdo

Fernando Vannucci, sobre sua "aventura" como advogado. E para você que pergunta se ele ganhou o caso, a decepção: ele não aceitou o trabalho. Aliás, nunca trabalhou como advogado...

Acervo pessoal

"Meu Deus, eu vou morar no Rio?"

Vannucci começou em televisão na própria Globo, mas a serviço da afiliada de Minas Gerais. Na época, o Jornal Nacional era encerrado com um bloco de informações locais e o aluno preferido de Uberaba ancorava o conteúdo. "Saía o Cid Moreira já colorido do Rio de Janeiro e entrava o Vannuccizinho preto e branco em Belo Horizonte. Isso contribuiu para que eu começasse a crescer e saber que aquele era meu caminho mesmo". Dois fatores contribuíram para que o apresentador fosse contratado pela Globo do Rio.

O primeiro foi um teste com o repórter Heron Domingues, autor da dica que Vannucci jamais esqueceu: "Olha para essa lentezinha aqui da câmera e faz de conta que você está conversando com seu vizinho, que você está na sua janela e o vizinho está do outro lado. Conta o que aconteceu na sua casa, é isso que você vai fazer na televisão." Em 1977, rolou uma transmissão de final do Campeonato Mineiro entre Cruzeiro e Atlético-MG, que começava às 16h. A Globo exibiu parte do jogo para o Brasil inteiro com narração de Vannucci, antes da transmissão da final do Paulistão entre Corinthians e Ponte Preta, com Luciano do Valle. O âncora de Uberaba apareceu pela primeira vez para todo o país.

"Pouco tempo depois me ligam: 'Vannucci, vem para o Rio, estamos montando a divisão de esportes'. Eu falei: 'Meu Deus, eu vou morar no Rio? Eu vou trabalhar na Rede Globo?'. Foi uma loucura para mim, mas é claro que fui. Daí tudo aconteceu". Na rodoviária de Uberaba, o apresentador ganhou uma festa dos familiares que o ensinaram a amar futebol (e o Botafogo) e partiu para o sucesso.

Paulo Camilo/UOL

Na Globo, diretor enciumado ajudou a encerrar longa história

Figura marcante nas coberturas de Copa do Mundo, Olimpíadas e também Carnaval do Rio de Janeiro na TV Globo, Fernando Vannucci foi encostado pela emissora durante o primeiro semestre de 1999. O que aconteceu com ele, na televisão, é chamado de "ficar na geladeira". O jornalista atribuiu o limbo à atuação de um diretor da divisão de esportes da emissora.

"Ele sempre teve um certo ciúmes de mim, por inúmeras razões. Uma delas era que eu ganhava mais do que ele. Me parece que ele estava esperando o momento para dar uma limpada, então eu cometi um erro e isso aconteceu", relembra. O tal erro foi ser filmado engolindo um lanche ao vivo no Esporte Espetacular, em 1998, episódio que ele relembrou no vídeo abaixo.

Acervo pessoal

Como a Globo zerou as contas de Vannucci

Fernando Vannucci não foi demitido da Globo logo depois do episódio do pão com manteiga. Ele acabou encostado no bloco de esportes do Bom Dia Rio, com obrigação de chegar à emissora às 4h30, o que ele considerou "castigo de criança no colégio", e ainda transmitiu o Carnaval de 1999. Ele considerou esta narração "a melhor de todas as 16" que fez na carreira, mas nada disso evitou que a emissora impusesse uma multa por descumprimento de regras no trabalho. Incomodado, o apresentador levou o caso à Justiça e não voltou mais à Globo.

Boni, homem forte da Globo nos tempos em que Vannucci brilhou, já não era mais diretor. "Eu achei que não tivesse mais ambiente na Globo, me sentia mal por tudo o que aconteceu". Segundo ele, a substituta de Boni, Marluce Dias, queria "resolver os problemas" e não deixá-lo sair, mas a situação era incontornável.

Na Justiça, Vannucci venceu um processo trabalhista contra a Globo e recebeu indenização de R$ 2 milhões por falta de vínculo empregatício ao longo dos 26 anos. Paralelamente corria um processo cível, que o apresentador perdeu. Na época, ele já estava na Rede TV! e passou por momentos delicados: a emissora conseguiu o bloqueio de suas contas.

Foi dia 23 de março de 2002. Eu acordo, abro o computador para ver como estava minha situação financeira. No primeiro banco: zero. No segundo: zero. Abri o terceiro: zero. Liguei para os bancos, "Foi uma decisão judicial. Você perdeu alguma causa?" Eu não tinha dinheiro para tomar um café. Levaram tudo. Lutamos durante 6 ou 7 meses

Fernando Vannucci, sobre a batalha judicial de perdas e ganhos contra a Globo

Já há algum tempo eu tenho essa coisa formada na minha cabeça: eu nunca deveria ter saído da Globo. Lá é minha casa, é a casa em que eu aprendi tudo, que me recebeu, que me abriu as portas para a vida profissional. Eu deveria ter seguido o conselho da Marluce. Deveria ter ficado e não deveria ter me deslumbrado. Eu me arrependi

sobre o arrependimento pela saída da Globo

Zanone Fraissat/Monica Bergamo

J. Hawilla ligava "3 ou 4 vezes por dia"

Morto no final de maio de 2018, J. Hawilla teve papel fundamental na carreira de Fernando Vannucci após o rompimento com a Globo. Ainda sob contrato, o apresentador abriu conversas com o dono da Traffic, empresa de marketing esportivo que, desde 1998, era responsável pelo departamento de esportes da Rede Bandeirantes de Televisão. O empresário queria o global como âncora dos programas da Band. "Venha para São Paulo. Aqui todo mundo vai te respeitar", teria dito Hawilla em "três ou quatro ligações diárias".

O apresentador aceitou o convite e estreou na Bandeirantes em 2 de maio de 1999, no comando do "Show do Esporte" ao lado de Milton Neves, Silvio Luiz, Luiz Ceará, Oliveira Andrade, Hortência e Sabrina Parlatore. O programa pulou de dois para 16 pontos de audiência, com picos durante a transmissão de jogos. O projeto começou grandioso, especialmente com a primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, exibido com exclusividade pela Band no Brasil, e a Copa Mercosul. Os prejuízos pela concorrência com a Globo, entretanto, fizeram o consórcio durar só até outubro de 2001.

De 120 funcionários, Hawilla manteve 40 e assinou parceria com a TV Record. Os moldes do novo contrato, no entanto, eram diferentes: a Traffic não interferia no departamento de esportes, apenas dividia custos de direitos de transmissão e faturamento. Assim, Vannucci passou a aparecer apenas em blocos de esportes em noticiários.

"Eu pouco fazia na Record. Me sentia quase um inútil. Isso me deixava mal. Às vezes, voltava chorando lá da Barra Funda para Alphaville, onde morava. Chorando mesmo, pensando: "tive momentos extraordinários na minha vida e hoje estou vivendo isso aí". Há um ano e meio ficamos sabendo que nosso J. Hawilla, que Deus o tenha, estava envolvido com tanta coisa errada. Então, eu estava lidando com uma quadrilha. Mas no fim de 2002, acabou o contrato e nesse sentido ele (Hawilla) foi até bacana comigo. Deu mais três meses de salário e manteve o plano de saúde".

Divulgação/Rede TV!

O resgate da carreira na RedeTV!

Fundada em 1999 após a compra da concessão da extinta Manchete, a RedeTV! queria crescer. Em 2003, apostou na contratação de Fernando Vannucci como seu rosto para o esporte. A trajetória que começou transmitindo provas de Fórmula Indy passou pelo RedeTV! Esporte ao lado de Roberto Avallone e pelo famoso Bola na Rede, aos domingos, com Jorge Kajuru e o ex-goleiro Ronaldo. A passagem pela emissora de São Paulo durou até o fim de 2011 e deixou o veterano apresentador realizado profissionalmente.

"A RedeTV! foi um lugar bacana de se trabalhar, gostoso. As pessoas me admiravam muito, então eu tinha uma liberdade grande com o pessoal da direção. Não só do jornalismo, mas do entretenimento também. Todos", disse o jornalista.

Ao contrário do que ocorreu na Globo com o caso do pão com manteiga, o episódio do "A África é logo ali" não causou queda: na segunda-feira, ele já estava no ar à tarde com o RedeTV! Esporte. Marcelo de Carvalho, sócio e vice-presidente do canal em que hoje até apresenta programas, levou na boa o que rolou: "Uns meses depois, o Marcelo falou: 'Pô, Vannucci, precisamos fazer outra daquela, porque deu uma audiência terrível', acredita?".

Vannucci considera o episódio da RedeTV! como "mais constrangedor" que o da Globo.

TV Globo

Galvão foi conselheiro

Fernando Vannucci narrou futebol na TV Globo entre os anos 70 e 80, mas abandonou a função por conta do sucesso como apresentador. A ascensão de Galvão Bueno, que na Copa de 1986 foi o reserva de Osmar Santos e a partir de 1990 se tornou a principal voz do esporte na emissora, também ajudou. "Ele assumiu e não largou mais. Até hoje está como o narrador dos principais eventos esportivos por competência. Apesar de muita gente criticar o Galvão, e eu acho que ele passa no ar essa soberba de que é o maior, ele não é assim como pessoa. Pelo contrário, ele é muito legal".

Quando estava em litígio com a Globo, Vannucci procurou Galvão para se aconselhar, pois o narrador já havia trabalhado na Bandeirantes. Ouviu que era uma boa casa, São Paulo era um bom lugar para viver e tudo daria certo. "Ele me apoiou. Eu gosto do Galvão, não tenho nada a falar dele", contou Vannucci, que também mostra gratidão ao repórter Mauro Naves pelo apoio na mudança do Rio de Janeiro para São Paulo.

Acervo pessoal

"Morrer trabalhando na Globo seria um fecho de ouro"

Fernando Vannucci foi editor de esportes da Rede Brasil de Televisão de 2014 até sua morte. Em participação em 2018 no programa Domingo Show, de Geraldo Luís, na Record TV, ele disse que gostaria de estar em algo da Globo antes de morrer. Depois de ver sua declaração, segundo ele, descontextualizada, quis explicar.

"Falo isso com reserva porque as redes sociais logo depois do programa falaram: 'Vannucci pede para voltar à Globo'. Não estou pedindo nada. Mas eu gostaria, sim. Morrer trabalhando na Globo seria um fecho de ouro na minha carreira, um prêmio, uma vitória", falou. "Nem que fosse como Léo Batista ou Cid Moreira, que estão meio afastados, mas de vez em quando participam. Seria uma vitória para mim, mas não é sonho. Eu não fico sonhando com esse tipo de coisa, eu sonho com o dia de amanhã. Então eu acordo e corro atrás".

Desde que eu era criança eu ouço dizer que o Brasil é o país do futuro e esse futuro para mim ainda não chegou. Cadê esse futuro? Esse futuro depende muito da gente, depende de mim, de você, de pensar bem na hora de colocar o nosso votinho lá. Vamos esquecer os aproveitadores, muitos políticos aproveitando esse momento que o país passou para fazer a sua propaganda. Eu confio nesse país. O futuro pode ser, quem sabe, logo ali

Fernando Vannucci , em recado para o país

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