"A torcida do Atlético de Madri, em alguns jogos no Vicente Calderón, pulava, cantava e aplaudia. Em alguns jogos, os jogos importantes, partidas de Champions League, nesses jogos, realmente, a gente sentia esse calor. Um ambiente espetacular, insuperável. Mas nos outros jogos era só a parte da torcida atrás do gol. O resto não animava. No estádio novo, ficou mais frio, perdeu muito esse calor, apesar de ter ganhado 20 mil pessoas.
Mas a torcida do Flamengo é em todo jogo. Em todo jogo, todo o Maracanã cantando. Dói a cabeça. Eu cheguei em casa, depois de um jogo, com dor de cabeça do barulho da torcida. A força que a torcida do Flamengo faz durante os 90 minutos é uma coisa que é só estando lá para entender. Pro bem e, acredito, pro mal. Quando o time estiver perdendo, não deve ser fácil. Você sente do campo a força que a torcida impõe no grito, nos cantos e tudo mais.
Na rua, por exemplo. Lá na Espanha, eu tinha uma vida tranquila. Sim, todo mundo me conhecia. Mas, aqui, o torcedor faz questão de te transmitir o que ele tá sentindo, se está feliz, se não está. O torcedor, sempre que te vê na rua, vem falar contigo. Não deixam passar despercebido. Lá, às vezes, eu saía, todo mundo conhecia, mas ninguém falava nada. Aqui, não. Aqui todo mundo fala."