A imagem dos jogadores do Flamengo levantando a taça do Campeonato Carioca era esperada - até pela maioria dos torcedores rivais - desde a primeira rodada da competição. Nos bastidores, embora o discurso político estivesse sempre presente, o título também era tratado como obrigação. Ainda que tenha vencido o Estadual em 2017, a edição de 2019 foi a primeira conquistada a partir do momento em que o clube desandou a comprar jogadores.
A explicação é simples. Apenas em direitos econômicos recentes, incluindo aí as aquisições que movimentaram a torcida, casos de Everton Ribeiro, Vitinho, Rodrigo Caio, Arrascaeta e Bruno Henrique, o Flamengo gastou mais de R$ 180 milhões. Um poderio financeiro incomparável no Rio de Janeiro e diante do qual títulos são imaginados como consequência natural.
O Campeonato Carioca veio por um caminho tranquilo e em muitos jogos até com os reservas atuando - todo o elenco foi utilizado pelo técnico Abel Braga. Se por um lado a conquista referenda as escolhas e até alivia em parte a pressão, ao mesmo tempo traz novas cobranças e a expectativa por títulos expressivos. Eles ainda não são tão obrigatórios quanto o Estadual, mas já estão próximos de tal patamar.