Uma taça levantada por muitas mãos e realmente conquistada a muitos pés. O Campeonato Carioca mostrou um Flamengo que, com novas caras, fugiu daqueles 11 titulares que a torcida conhece de cor. Com o brilho de jovens e ressurgimento de alguns reservas, o time rubro-negro confirmou o favoritismo. Após uma vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense, adicionou mais um tricampeonato estadual à galeria.
Com o momento de baixa de Botafogo e Vasco, rebaixados à Série B e em severa crise financeira, o Flamengo teve novamente o Flu como único grande rival na fase de mata-mata. Terminou o primeiro tempo da decisão vencendo com dois gols de Gabigol, mas viu sua superioridade técnica ser desafiada na fase final. O volante João Gomes, um dos destaques da base rubro-negra, entrou no segundo tempo e fez o gol do título, o nono do Flamengo desde 2019.
O gol de João Gomes, seu primeiro como profissional, traduz a diversidade no elenco. Na atual temporada, 38 jogadores diferentes — ou mais que três times — entraram em campo, contando Libertadores, Carioca e Supercopa do Brasil. Dando suporte aos lampejos de Arrascaeta e Gabigol, o Fla dessa vez contou com crias do Ninho como o recém-promovido Max, 20, que fez gol na estreia, e também viu reforços caros como Vitinho e Michael se reabilitarem.
As opções do elenco surgem em um início de temporada em que a diretoria não foi ao mercado em busca de reforços. E não é que isso modere a demanda por títulos. Assim, mais que mais uma peça para a sala de troféus, o título do Carioca dá ao técnico Rogério Ceni um parâmetro do que tem em mãos para desafios ainda maiores. Sendo que o maior desafio talvez seja proteger seu próprio cargo.