Depois de grande vitória na primeira partida, o Fluminense buscou o empate com o Flamengo na volta e quebrou a hegemonia rubro-negra no Campeonato Carioca. O time volta a comemorar um título pela primeira vez desde 2012. A conquista do troféu num Maracanã vibrante, após duas finais com estádio silencioso em tempos de pandemia, tem, dessa forma, um peso enorme na história tricolor e também para o técnico Abel Braga.
Dos clubes de maior poderio financeiro do Rio, Flu era aquele que estava há mais tempo longe do topo do pódio do Carioca, tendo amargado o vice-campeonato nas últimas duas temporadas. As duas derrotas haviam sido para o próprio Flamengo, aliás, que estava em busca do tetra num período hegemônico no Rio. O título de 2012 havia sido conquistado em tempos de fartura, antecedendo um triunfo também no Brasileirão. O time estava recheado de grandes nomes, como Diego Cavalieri, Deco, Thiago Neves, Rafael Sobis e Fred, com investimento da antiga parceira Unimed.
Dez anos depois, o atacante Fred, hoje reserva, tem a companhia de Abel Braga como outro ponto de conexão entre esses títulos. Aos 69 anos, Abel está em sua quarta passagem como técnico do Flu e não conseguia um título de primeiro nível desde 2014, quando foi campeão gaúcho pelo Inter. Muito identificado com "as três cores que traduzem tradição", atualiza seu currículo vitorioso pela instituição em que foi criado.
A volta, anunciada em dezembro, foi recebida com celebração e desconfiança. A relação com a arquibancada não se iniciou da melhor forma. Ele ouviu críticas e vaias, mas o time engrenou, flertou com uma marca histórica e deixou os rivais para trás para fazer o hino do Flu tocar novamente no Maracanã.