Francielle já pendurou as chuteiras, mas sabe como poucas o tamanho do indescritível frio na barriga causado pela camisa da seleção brasileira. De família boleira, a paulista começou sua relação com o futebol nas ruas, e aos 7 anos pisou pela primeira vez nas quadras de futsal de Itanhaém, localizada na Baixada Santista (SP).
Com a cabeça boa, que não herdou do "doidinho" pai - que jogou bola, mas não se profissionalizou - Fran migrou para os gramados aos 12 anos e, séria, fez história. No Brasil, foram dez anos defendendo as cores do Santos, além de passagens por São José e Corinthians Audax.
Pelo Brasil, conquistou uma medalha de prata nas Olimpíadas de Pequim 2008 - que, para ela, deveria ter sido dourada - e disputou a Copa do Mundo de 2011. "Eu realizei tudo em termos de seleção, não veio nenhum título mundial, mas veio uma medalha olímpica, e me orgulho muito disso", disse a ex-meia em entrevista ao UOL.
Começando a carreira nas primeiras voltas dos anos 2000, Fran enfrentou - como muitas de sua geração - falta de estrutura e falas preconceituosas. Anos depois, a agora comentarista Francielle Manoel Alberto celebra as melhorias, desfrutadas, por exemplo, pela esposa Andressa Alves, mas pede reconhecimento para as primeiras guerreiras da seleção canarinha.