Uma equipe vencedora, com um técnico experiente e jogadores que são protagonistas em equipes importantes do futebol mundial. A França tem vários dos ingredientes de uma favorita ao título na Copa do Mundo. Mas a atual campeã chegará ao Qatar com muitos problemas, principalmente de lesões. A começar por Ngolo Kanté e Paul Pogba, titulares no título de 2018, que nem foram convocados.
Após a convocação, o técnico Didier Deschamps ainda precisou fazer outros três cortes: o zagueiro Presnel Kimpembe, o meia Christopher Nkunku e, principalmente, o atacante Karim Benzema, que chegava ao Mundial como melhor jogador do mundo da temporada 2021/22.
Para piorar, o resultado em campo nos últimos meses não ajuda. Neste ano, os franceses entraram em campo seis vezes pela Liga das Nações -competição que reúne as seleções europeias nas Datas Fifa-, e venceram apenas uma vez. Foram dois empates e três derrotas, duas delas para a Dinamarca, rival no Grupo D do Mundial.
"Foi um choque, sem dúvidas. A seleção francesa está em um momento de reflexão. Pelo elenco que eles têm, não era para essas derrotas terem acontecido", afirma Juninho Pernambucano, ídolo do Lyon, que vive na França e acompanha de perto o futebol do país. "Mistura o Lloris, que talvez esteja em sua última Copa, com jovens como Lucas e Theo Hernández, Upamecano, Kimpembe. Tem um meio-campo muito forte, também. Na frente, tem muita força: além de Mbappé, Benzema e Griezmann, você ainda tem jogadores muito rápidos pelas pontas, como Diaby, Koman, Dembele", comentou Juninho ao UOL, em setembro. As lesões, aos poucos, foram minando o time francês.
Essa força do elenco tem sido colocada à prova recentemente. Nos amistosos de setembro, a seleção chegou a ter 12 desfalques. Na reta final de preparação, os problemas só pioraram. Christopher Nkunku, por exemplo, lesionou-se já durante as atividades da equipe convocada; Benzema foi cortado após o primeiro treino em solo catari.
"Se falarmos de potencial e de quantidade de bons jogadores, a França é a número 1. Ultimamente, esse potencial não tem se transformado em resultados. Só que a França sempre tem uma coisa: quando chega com bons resultados à Copa do Mundo, joga mal; e quando chega cheia de problemas, como agora, joga bem", explica Florent Torchut, jornalista da France Football.