O título da Copa Libertadores fez o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, voltar a ser um torcedor dos seus tempos de arquibancada. Quando Breno Lopes fez o gol sobre o Santos, aos 53 minutos do segundo tempo, o dirigente saiu correndo e até tropeçou ao abraçar os vices Paulo Buosi e Alexandre Zanotta, acompanhado do ex-centroavante Evair. Ao fim da partida, ajoelhou-se emocionado no Maracanã.
Galiotte compara a alegria do sábado (30) ao nascimento dos seus filhos. Para ele, a conquista da América significa muito mais que um troféu, cimenta o legado de sua gestão, que tinha como principal obsessão, justamente, o bicampeonato da Libertadores. Muito criticado pela torcida, o presidente ressalta o peso do triunfo, sobretudo, frente aos problemas pelos quais passou em 2020.
No início de novembro, enquanto acertava a chegada do técnico Abel Ferreira, o dirigente enfrentou a morte do pai, Wilson Galiotte, que sofreu um acidente vascular cerebral decorrente da covid-19. "O enterro do meu pai foi no dia da apresentação do Abel [4 de novembro], tanto é que não vim no dia [para o evento]. Foi uma situação muito difícil, os últimos dias dele, quando a gente estava conversando com o Abel, tentando fechar a negociação, porque tínhamos convicção da importância que seria a chegada dele. O Abel reuniu todos os pré-requisitos que queríamos, e foi nessa hora que meu pai ficou extremamente doente. Mas eu sabia que o Palmeiras precisava de mim, muito", recordou em entrevista ao UOL Esporte.
"Eu perdi a pessoa que me incentivou a vida inteira a ser jogador, que me acompanhou nos treinos, que me ensinou o que é Palmeiras, me levava nos jogos, muitas vezes de cavalinho no fosso do Palestra Itália, são memórias que tenho na cabeça. Meu pai e Palmeiras se misturam muito, desde a minha infância. [...] Meu pai era aquela pessoa que conversava sobre o jogo, ia no jogo e a gente sente muita falta. Sabemos que faz parte da vida e temos que superar, mas é duro".
Passada a euforia pós-título, Galiotte avalia o trabalho frente ao atual campeão das Américas, rebate as críticas e avisa: a obsessão pela Libertadores continua.