Gerson era a definição do jogador que deu certo. Aos 27 anos, vestia a camisa de um clube grande do Brasil, o Inter, e era campeão e artilheiro do Gauchão e da Copa do Brasil. Parecia que nada podia dar errado. Faltava o Campeonato Brasileiro no início do próximo ano para encerrar um início perfeito no clube. Mas aí tudo que não poderia dar errado, deu.
Com a rapidez de um gol, a vida de Gerson e de seus familiares desmoronou. Um exame de rotina mostrou um diagnóstico mortal para o ano de 1992: HIV. Naquela época, ninguém sabia direito como conviver com um vírus que se espalhava pelo mundo e com tratamento que ainda engatinhava — sim, existem similaridades com a situação atual que vivemos no Brasil.
Para um jogador de futebol, o cenário era ainda mais sombrio. Entre jogos e medicação, a cabeça foi enfraquecendo junto com o corpo. A carreira acabou no ano seguinte e o atacante sucumbiu ao vírus. Passou a ficar cada vez mais tempo em hospitais tentando vencer uma luta que seria impossível. Morreu aos 28 anos, em maio de 1994.
A partir de agora, o UOL Esporte conta a história do goleador, do filho, do amigo e do marido Gerson, que se aposentou cedo demais do futebol e se foi mais cedo ainda. Ele é, até hoje, o jogador mais famoso do futebol brasileiro vítima do HIV.