Talentoso, mas indolente
Nas categorias de base do Fluminense, ninguém falava do garoto Gerson sem arregalar os olhos. Ele é considerado, até hoje, um dos maiores talentos que saíram da cultuada escola de Xerém. Naquela época, dois adjetivos costumavam completar as definições sobre seu jogo. "Talentoso" era o primeiro. O adolescente tinha toque refinado na bola e pensamento rápido. Mas o problema era a segunda qualificação: "indolente", fruto de uma postura desprovida de energia do garoto, mimado por um clube que o tratou desde a infância como craque.
O meio-campista até rendeu boa grana ao Fluminense na negociação com a Roma. Em 2015, os italianos pagaram 16 milhões de euros, o equivalente a R$ 60 milhões à época. Mas em campo, Gerson nem teve tempo para entregar o que dele se esperava: disputou apenas uma temporada cheia pelo clube, a de 2015. Foi para a capital italiana no ano seguinte após só 49 jogos como titular.
O baque sofrido no futebol italiano foi grande. Não que faltasse categoria. Faltava um choque de realidade. Depois de jogos e jogos no banco, ele precisou parar, olhar e pensar o que precisava para sobreviver por lá. Foi aí que encontrou a tão pedida "intensidade".
É essa a versão evoluída que o Flamengo recebeu em seu retorno ao Rio de Janeiro. A "talentoso", some o "diferente". E é esse jogador diferente que falou com o UOL Esporte nesta semana sobre carreira, futebol e vida. Aproveite!