Era mais um dia comum de trabalho no Athletico quando Givanildo Oliveira saiu de seu hotel e parou na banca para comprar jornal. Uma capa com a sua foto chamou a atenção: "Se Givanildo perder amanhã, vai voltar pro sertão". É verdade que o momento do time não era bom no Brasileirão de 2006, mas só uma coisa vinha à cabeça: "Filho da mãe".
O técnico até preferiria o jornal concorrente, mas faz questão de comprar um exemplar. Ao fim do treino, interrompeu o burburinho dos jornalistas na sala de entrevistas do clube: "Hoje, o primeiro sou eu". Antes de começar a falar, passou, de jornalista a jornalista, o jornal com sua foto. fez questão de se certificar que todos leram - inclusive o autor - antes de dobrar o jornal.
"Deixa eu falar uma coisa para vocês: se eu voltasse para o sertão, iria com a maior alegria. O sertão nosso é lugar de gente honesta, de palavra, de homem. É um lugar puro. Agora, o sertão para onde eu vou voltar sabe qual é? Primeiro que aqui vocês não têm praia, têm que ir procurar. Mas eu moro num lugar em que desço do meu apartamento, ando do elevador até o portão. Abrem o portão para mim, eu atravesso a rua, ando uns cinco metros e piso na água do mar. É esse o sertão para onde eu vou voltar. Agora, podem perguntar o que quiserem".