Jogador de futebol, técnico, garoto-propaganda, comentarista e até apresentador de programa de entretenimento na TV. Essas são algumas das identidades que Sebastián "Loco" Abreu assumiu desde que retornou ao Uruguai, em julho do ano passado, para ser jogador e, posteriormente, treinador do Boston River, equipe da divisão principal do Campeonato Uruguaio.
A dupla função, que gerou diversos memes na internet e repercutiu no mundo todo, não saiu como planejada. No início de novembro, Abreu pediu demissão depois depois que o clube quase foi rebaixado para a segunda divisão. O técnico/ jogador comandou o Boston em 18 jogos, se escalou em 14 deles e marcou apenas dois gols. Sob sua batuta, a equipe conquistou apenas 16 pontos de 54 que estiveram em disputa — um aproveitamento de 29,6%.
A passagem pouco produtiva no clube, no entanto, em nada ofuscou a popularidade de Loco Abreu fora das quatro linhas. Pelo contrário, ele se tornou uma espécie de homem de negócios e aproveitou a volta ao país para atrelar a própria imagem a marcas da indústria uruguaia. Por um período, exerceu as funções de jogador e técnico e ainda encontrou tempo para apresentar um programa de TV. Todas as sextas-feiras, encarava cinco horas da gravação do programa "Trato Hecho", da emissora Teledoce, a versão uruguaia do "Topa ou não topa", exibido pelo SBT.
Aos 44 anos, o ídolo do Botafogo ainda não fala em aposentadoria dos gramados para se dedicar às outras carreiras. Abreu deu uma carona à reportagem do UOL Esporte, em Montevidéu, antes da pandemia, e falou sobre como a experiência interfere no relacionamento dentro do vestiário, sobre a seleção uruguaia e, também do amor que nutre pelo Botafogo - clube pelo qual foi campeão carioca em 2010.