Emoção, força e persistência em uma vitória "na unha". Isaquias Queiroz tirou forças de onde parecia que não exisitia mais nada e transformou o que ele fez na raia olímpica da canoagem em Paris em um feito histórico.
O lugar mais alto do pódio não veio, mas a medalha de prata na prova de C1 1000 reforça grandeza. Isaquias descobriu que não é, afinal, um super-homem e viveu intensamente seus problemas. E, mesmo assim, diante de derrotas, choro e tristeza que eram desconhecidos anos antes, com uma arrancada espetacular, tornou-se o segundo atleta em número de medalhas olímpicas do Brasil.
O mais impressionante é que ele fez tudo (quase) sozinho. Se a ginástica artística teve um crescimento contínuo e ganhou quatro medalhas olímpicas até formar a mais vencedora atleta olímpica do Brasil, Rebeca Andrade e a vela carrega uma tradição forjada em 19 medalhas, incluídas nela as dez ganhas por Torben Grael e Robert Scheidt, cinco de cada, a canoagem, em termos de pódio, é toda "fundada" por Isaquias.
A prova que deu a prata digeriu a derrota doída das duplas, no dia anterior, e todo um ciclo olímpico conturbado, especialmente no ano anterior à Olimpíada, para recuperar a motivação. A demonstração de resiliência vem da infância em que superou dificuldades até o esforço para galgar postos e alçar o Brasil ao topo da canoagem.