Jean Mota precisou de ajuda para carregar os prêmios que ganhou na festa do Campeonato Paulista. Foi o melhor meio-campista, artilheiro, com sete gols, e craque da competição. O semestre do jogador de 25 anos tem sido surpreendente para o torcedor do Santos, que já não esperava muito dele, para a diretoria, que tinha decidido emprestá-lo ao Bahia meses antes, e, não é exagero, dizer até para ele mesmo.
Há quatro anos, Jean jogava num time de várzea da Vila Curuçá, zona leste de São Paulo, não tinha emprego, ignorava conselhos para definir um curso para se matricular na faculdade e acumulava dúvidas de uma carreira que teimava em não decolar no futebol. No total, foram quatro meses sem emprego entre a saída da Portuguesa e a contratação pelo Fortaleza - em que aceitou receber como um juvenil nos primeiros meses. Nessa época, morou de favor na casa de um lateral do time.
Eu achei que iria acabar meu sonho. As portas se fecharam. Muita gente ainda não me conhecia, eu era uma aposta. Isso tornava ainda mais difícil ainda dos clubes quererem".
Depois, apareceu uma nova chance. E em seguida veio o Santos, seu time do coração. Mas nem mesmo aí ele teve vida fácil. A reviravolta que o UOL Esporte conta agora aconteceu em 2019 e provou uma coisa: o sonho não acabou.