O grande momento da carreira de Arnaldo Poffo Garcia se passou há exatamente 60 anos, mas ele se lembra como se fosse ontem. Ainda estão vivos na memória os detalhes da inauguração do Estádio do Morumbi no dia 2 de outubro de 1960. O São Paulo ganhou de 1 a 0 do Sporting de Lisboa, e Arnaldo, mais conhecido por Peixinho, fez o gol da vitória.
"Não tenho como cair fora dessa história, não é?", diz o ponta-direita, que todo ano relembra seu gol e narra, com riqueza de dados, como se fosse um locutor esportivo, o lance que culminou com sua cabeçada no meio da defesa portuguesa, aos 12 minutos do primeiro tempo.
Mas que ninguém pense que esse gol, anotado quando tinha 20 anos e era prata da casa tricolor, rendeu dinheiro ou mordomias. A vida dos jogadores de futebol daqueles tempos não era glamourosa, nem os clubes tinham dinheiro para grandes salários e premiações. Peixinho marcou aquele gol e voltou de bonde para casa.
O atacante construiu uma carreira brilhante. Além de entrar para a história do Tricolor paulista com o gol inaugural no maior estádio do estado, passou pela Ferroviária, em que foi vice-artilheiro do Campeonato Paulista, recebeu convite para se transferir para o Barcelona, da Espanha, esteve entre os cotados para defender a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1962 e atuou ao lado de Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe no Santos.