A relação entre Kléber e a diretoria do Palmeiras tem capítulos turbulentos. Antes de ter sido afastado por Felipão, o atacante chegou a reclamar, em dezembro do ano anterior, de salários atrasados e fez ressalvas à negociação para contratar o meia Ronaldinho Gaúcho. Por isso, o atacante não poupa até hoje o ex-presidente Arnaldo Tirone de críticas.
"Quando o Felipão chegou [julho de 2010], as coisas estavam muito diferentes do Palmeiras que ele pegou antigamente. Acredito que foi difícil para todo mundo. Na minha opinião, o Tirone foi o pior presidente da história do Palmeiras. O [Luiz Gonzaga] Belluzzo foi quem trouxe os jogadores, mas teve um problema de saúde e acabou se afastando, infelizmente. Com o Tirone, as coisas desandaram. Tínhamos muita dificuldade de nos relacionar com a comissão técnica e com a diretoria. A gente nunca via ele no clube e nos jogos", atacou o jogador.
Kléber também lembrou de um polêmico episódio envolvendo o ex-mandatário. Em novembro de 2012, um dia após o time ser rebaixado à Série B do Brasileirão pela segunda vez, Tirone foi flagrado na praia do Leblon, no Rio, para "tomar um banho de mar e desestressar", conforme disse o próprio dirigente na época.
"Eu já não estava no Palmeiras nessa época, mas soube pela imprensa que ele estava na praia, enquanto o time jogava. Então, dá para você ver como era o tratamento que ele tinha com o time. Era difícil, foi muita bagunça, infelizmente isso atrapalhou muito", acrescentou.
Para Sérgio do Prado, gerente administrativo do Palmeiras na época, conta que o método que a comissão técnica utilizava para tentar administrar o grupo também ajudava a aumentar a tensão. "O clima no Palmeiras era de intensa guerrilha. É o jeito de o Felipão levar o grupo. Ele tinha o apoio do Murtosa e do Galeano [ex-auxiliares do treinador gaúcho], que incentivavam aquele jeito dele. O Felipão via fantasma, via teoria da conspiração e acabava perseguindo algumas pessoas, alguns jogadores. Em determinado momento, isso virou contra ele", analisou.
A reportagem procurou a assessoria de Scolari, mas o treinador não quis comentar o caso.