São raros os pilotos que recebem os jornalistas com um aperto de mãos antes de uma entrevista. Mas Robert Kubica faz questão de estender seu braço direito, mesmo que para um cumprimento desajeitado. O gesto deixa evidentes as limitações que ele ainda tem, especialmente nos movimentos do punho. O acidente de rali que quase lhe tirou a vida, e por pouco não o impediu de voltar a pilotar, já tem oito anos.
Personagem de um retorno à Fórmula 1 à revelia de muitos céticos, Kubica não está tendo vida fácil na temporada até aqui. A bordo da Williams, disparado o pior carro do grid, ele não vem conseguindo superar sequer o companheiro George Russell, que faz sua temporada de estreia.
Mesmo assim, Kubica não se vê passando por um momento difícil. Afinal, para aquele adolescente que deixou a Polônia para trás para morar na oficina da equipe na Itália e dedicou toda a vida ao automobilismo até ver uma carreira promissora interrompida quando estava perto de chegar ao auge, não é um carro ruim que vai lhe fazer abaixar a cabeça.