Não importava se o céu estivesse desabando de tanto chover ou se o frio fosse daqueles que faz qualquer um apertar a função soneca do alarme para ganhar mais alguns minutos na cama quentinha. Lauren nunca perdia um treino no Centro Olímpico. Quando chegava o horário, a jovem corria ansiosa e pulava na garupa da moto de seu pai, Erymar Alexandre, mais conhecido como Lekão, e ambos partiam de Votorantim, no interior de São Paulo, à capital.
Pai e filha fizeram o percurso pela Rodovia Castello Branco por cinco anos. Mas como há pedra em todo o caminho, não poderia ser diferente com eles. A sorte é que Lauren era rodeada de pessoas que apoiavam seu sonho, como os amigos do trabalho do Lekão, que aceitavam trocar horário e não hesitavam ao emprestar um veículo quando se deparavam com o desespero de Lauren ao ver a moto do pai falhando no meio da estrada.
A família também se desdobrava para ajudar, inclusive financeiramente. Afinal, era caro viajar todos os dias de uma cidade a outra para jogar bola de graça. Toda essa mobilização era uma aposta no futuro da menina que queria ser jogadora de futebol. E valeu a pena. No próximo mês, Lauren Leal vai para o outro lado do mundo, desta vez de avião, defender a seleção brasileira na Copa da Austrália.